Depois de se recusar a entrar em campo pelo Coritiba contra o Figueirense, no último sábado e de ser criticado publicamente pelo diretor de futebol do clube, Valdir Barbosa, o atacante Keirrison rompeu o silêncio e, em entrevista ao programa Seleção SporTV, do canal a cabo, esclareceu os motivos que o levaram a pedir ao técnico Ney Franco para não ser relacionado para a partida contra os catarinenses. O jogador, que recebeu um voto de confiança do Coxa em 2013, quando retornou ao clube em um momento ruim que atravessava na sua carreira, expôs o clube e reclamou publicamente dos salários atrasados e de ter sido deixado de lado no momento que, em julho deste ano, passou por mais uma cirurgia no joelho.
“Já cheguei a ficar mais de cinco meses com salários atrasados . Vi que precisava falar até porque só tinha a versão dos diretores. Não vinha me pronunciando. Algumas vezes tentaram que eu saísse do clube, sem que eu quisesse. Os atrasos salariais existem. Eles não fazem aquilo que deve ser feito. Deviam ter hombridade. As coisas têm que ser cumpridas quando se fala. Nunca houve respeito”, disse o jogador.
Crítica
O atacante coxa-branca aproveitou a oportunidade para criticar a atual diretoria e escancarou a crise interna que vive o Coritiba, principalmente depois de maio, quando o G5 da gestão comandada pelo presidente Rogério Portugal Bacellar começou a ser destituída por conta de opiniões divergentes nas decisões do comando do clube.
“Realmente esperava deles, de qualquer um, independentemente do diretor que foi, eu já esperava. São todos iguais. Eles têm o mesmo pensamento. Não existe nenhum planejamento. Isso começou em maio, depois da saída de alguns diretores que poderiam ajudar o clube. Cada um começou a pensar por si. Os que estão hoje não têm nenhuma capacidade e não tem planejamento nenhum. Por isso, espero que ano que vem, tenham pessoas que cumpram as promessas e a gestão possa evoluir e crescer”, disparou o K9.
Direção decide futuro de Keirrison
Keirrison deve ter sua situação resolvida ainda hoje pelo departamento de futebol do Coritiba em conjunto com o presidente Rogério Portugal Bacellar. “A gente vai definir isso amanhã (hoje) e passar uma posição para o presidente. Ele verá o que será feito. Não posso antecipar nada, pois isso depende de uma reunião e de uma decisão presidencial”, apontou o diretor de futebol alviverde, Valdir Barbosa, em entrevista ao Paraná Online.
Keirrison, em setembro, notificou extrajudicialmente o Coritiba a fim de receber os pagamentos devidos e despesas médicas com a cirurgia realizada no joelho esquerdo. Diante de mais este episódio, Keirrison está cada vez mais sem clima para voltar a vestir a camisa do Coritiba. O K9, que desde que retornou ao clube, em 2013, não conseguiu se firmar e teve atuações abaixo da média, teve seu contrato renovado em 2014 pela antiga gestão por mais três anos. A tendência, no entanto, com mais esse entrave entre o atleta e a diretoria alviverde, é de que o vínculo seja encerrado antes desse prazo.
O jogador, no entanto, afirmou que continuará treinando e afirmou que acionará a Justiça para procurar os seus direitos. “Vou treinar normalmente. Tenho contrato. Tentei resolver internamente, mas já é público isso. Vou procurar meus direitos cabíveis como trabalhador para que essas coisas possam ser resolvidas”, arrematou.
Recusa
Keirrison, recuperado de mais uma lesão no joelho e, depois de treinar normalmente durante a semana passada, se recusou a entrar em campo pelo Coritiba no empate em 1×1 diante do Figueirense, sábado à noite, no Couto Pereira. O centroavante, que em setembro deste ano notificou o clube extrajudicialmente, teria alegado que ainda tinha alguns atrasados para receber e por isso pediu para o técnico Ney Franco para não ir para a partida contra os catarinenses. A atitude do K9 irritou o diretor Valdir Barbosa e obrigou o técnico Ney Franco a explicar a situação e afirmar que, tão logo o jogador tinha sido relacionado para a partida, após o treinamento de sexta-feira, Keirrison lhe procurou e af,irmou que não tinha condições de ir para o jogo. “Ele me procurou com todo respeito e falou que não tinha condições de participar do jogo. O jogador não se colocou a vontade para ir para o jogo e tivemos que respeitar a vontade dele, embora ele tenha um contrato em vigor com o clube. É mais uma questão administrativa e o clube vai se posicionar a respeito”, acrescentou Ney Franco.