Quando foi jogador, Marcelo Oliveira ainda hoje é lembrado pela participação no lendário time de 1976 do Atlético-MG. Mas, como treinador, o sólido retrospecto à frente do Coritiba ainda não é suficiente para que ele seja unanimidade entre os torcedores do Coxa. Sistematicamente, quando as partidas são no Couto Pereira, um grupo sempre insatisfeito de torcedores reclama da escalação ou pede a saída do técnico do clube.
Tanto atrás do banco de reservas como próximo da entrada dos vestiários, a cornetagem rola solta e obriga até os jogadores a saírem em defesa do comandante. “É difícil de falar de um time que não perdeu ainda este ano. Mas o Marcelo tem a equipe na mão. Todos os jogadores querem correr para ele, dar o máximo de si e o time está no caminho certo. É um cara que eu tive o prazer de conhecer há um mês e meio e é excepcional”, avalia o atacante Roberto. Para ele, chega a ser injusto as cobranças. “Sabe como é o futebol: sempre tem alguém que não gosta, sempre tem alguém que torce contra. Mas o time está no caminho certo e o professor está no caminho certo. O time está invicto no ano e não tem porque ter tanta cobrança assim”, pondera o avante.
Na visão do volante Gil, o torcedor precisa ter paciência. “O professor está procurando encontrar a melhor formação, estamos dando o máximo e pedimos um pouco de paciência, porque o trabalho está sendo bem feito e não é à toa que estamos há tantos jogos invictos no Estadual. Temos que dar continuidade”, analisa. Por outro lado, ele diz que entende a paixão do torcedor. “Torcedor sempre cobra para o time jogar bem em casa, mas pedimos um pouco mais de calma”, aponta.
O treinador, por sua vez, garante que a cornetagem nem foi tão grande assim contra o Nacional-AM, pela Copa do Brasil. “Eu só ouvi um murmúrio em relação ao Geraldo e é compreensível, porque o torcedor quer sempre um time ofensivo, buscando o gol. Só que como comandante eu tinha que ver que estávamos ganhando. Poderíamos fazer o segundo gol, mas não poderíamos dar tanto espaço para eles chegarem”, revela.
Segundo Marcelo Oliveira, isso não é “privilégio” dele nem de quem trabalha no Coritiba. “Qualquer técnico, mais experiente, menos experiente, passa por isso”, finaliza.