Bola

Ídolos falam do brinquedo favorito durante a infância

Acostumados a lidar com todos os tipos de fãs, grandes ídolos de Atlético, Coritiba e Paraná Clube levam consigo um carinho especial por seus admiradores mirins. A relação dos meio-campistas Alex, do Coxa, Lúcio Flávio, do Tricolor, e Nivaldo Carneiro, ex-Furacão, com as crianças, sempre foi especial. Na semana do Dia das Crianças, eles lembram com carinho da época em que estavam no papel de fãs e levavam o futebol como brincadeira, mas o sonho de um dia brilhar nos gramados brasileiros.

Prestes a fazer seus últimos jogos com a camisa do Coritiba, Alex, grande ídolo do torcedor alviverde, lembra que a sua relação com o futebol começou cedo. “Minha relação com a bola é desde o útero da minha mãe. Não me recordo de nada que não esteja relacionado a futebol. Não tinha bola, mas tinha meia, um papel, uma lata para chutar. É uma imaginação fértil para me imaginar jogando bola”, recordou o camisa 10 do Verdão.

Amante do futebol desde pequeno, Alex, que viveu uma infância humilde em Colombo, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), assistiu seu primeiro jogo pela televisão somente aos onze anos. “Acompanhava o futebol pelo rádio, pois só fui ter televisão em casa com onze anos de idade. Em um estádio, fui a primeira vez com meu tio para ver Coritiba e Pinheiros. Antes de chegar ao Coritiba, em 1989, não torcida para nenhum time. Gostava do Flamengo, do Zico, do Vasco, do Bebeto. Enfim, gostava de futebol”, destacou o craque alviverde.

Felipe Rosa
Nos tempos de criança, os três ídolos de Atlético, Paraná e Coritiba viviam na rua jogando bola.

A alegria de Lúcio Flávio, grande ídolo do Paraná Clube, na sua infância era jogar bola na rua até tarde com a criançada da rua. Instigado pelo seu tio, Ney Santos, que atuava no Colorado, o jogador afirmou que sua relação com o futebol foi sempre muito forte. “Na minha infância existiam dois tipos de brinquedos: carrinhos ou bola. Minha preferência era maior pela bola e, quando ainda nova, eu até dormia com ela. Tive uma forte influência na família, pois meu tio, Ney Santos, era da base do antigo Colorado e sempre íamos ao estádio assistir aos jogos. Quando criança, minha geração ficava até tarde na rua jogando bola e brincando, mas infelizmente hoje isso é raridade”, lembrou o ídolo paranista.

Árvores como traves, time com camisa e sem camisa e uma bola, que nem sempre era a melhor. Foi assim a infância do ex-meio-campista do Atlético, Nivaldo Carneiro, que se destacou no Furacão na década de 80. “Eu dormia e acordava pensando em jogar bola. Naquela época era difícil ter uma bola. No quintal de casa ou na rua, nos reuníamos com a molecada para jogar. Já montávamos um joguinho, as árvores nas calçadas serviam como traves e ficávamos horas brincando. Eram outros tempos e hoje dificilmente se vê crianças brincando nas ruas”, acrescentou Carneiro.

Mais do que ídolos para o Trio de Ferro da capital, Alex, Lúcio Flávio e Nivaldo Carneiro são, indiretamente, responsáveis pelo futuro dos seus fãs. Para o ex-jogador rubro-negro, os ídolos atuais precisam ter noção e saber da responsabilidade que têm diante das crianças. O camisa 10 alviverde, inclusive, no Atletiba realizado na semana passada, trocou camisa com Marcos Guilherme, que apesar de estar defendendo o rival, se declarou fã do armador coxa-branca, inclusive no seu surgimento dentro do futebol.

“Sempre tive uma boa relação com as crianças. Sempre entravam comigo em campo. Acho que o jogador tem que ter noção da respons,abilidade que tem com as crianças, pois elas acabam se espelhando no atleta, que precisa dar sempre bons exemplos. Isso sempre como atleta e como pessoa”, cravou Nivaldo Carneiro.

Lineu Filho
Nos tempos de criança, os três ídolos de Atlético, Paraná e Coritiba viviam na rua jogando bola.

Lúcio Flávio acredita que a relação entre ídolos do futebol e crianças, principalmente no território brasileiro, é ainda mais forte e, se não fosse a violência nos estádios, as arquibancadas teriam ainda mais torcedores mirins. “Quando falamos de crianças é difícil não falarmos de futebol, especialmente aqui no Brasil. A relação é bastante forte. É uma pena que tenhamos nos estádios tanta violência, o que afasta muitas crianças de estarem torcendo por seus times”, lamentou.

Pai de um menino e uma menina, Lúcio Flávio contou que os dois gostam de brincar com bola, mas que não forçará nenhum deles a seguir o seu caminho. O ídolo do Tricolor comentou também da boa relação que sempre teve com as crianças, que o tornou como uma das referências para os torcedores mirins.

“A minha relação com as crianças sempre foi muito boa. O sentimento de dar um autógrafo, tirar uma foto com eles é muito bom. Ontem (quinta-feira), na véspera da nossa viagem para Lucas do Rio Verde, o filho de um casal que estava tirando foto com os jogadores, quando me viu, saiu correndo em minha direção e me abraçou. Isso não tem preço. É algo indescritível. Todo atleta deve entender que ele se torna referência para alguém, seja ao torcedor mirim, seja ao menino da base do clube. Por isso, cuidar da imagem e respeitar as pessoas são importantes aspectos para um atleta. Sempre procuro dar boa atenção a todos, pois um dia também fui criança e vivi isso de perto. É uma grande satisfação”, arrematou Lúcio Flávio.

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