A cada vez que balança as redes contra o Atlético, o atacante Geraldo se credencia a entrar para um seleto grupo de jogadores do Coritiba que criaram fama como carrascos em Atletiba. O gol marcado no clássico de domingo, que recolocou o Coxa na liderança do Campeonato Brasileiro, só fez aumentar a fama adquirida pelo angolano. Agora são quatro em cinco confrontos contra o maior rival alviverde.
Na história do grande clássico do futebol paranaense, a lista de algozes do Atlético destaca quase 20 nomes. Começa por Neno, que entre os anos 1940 e 1950 balançou as redes 20 vezes contra o rival. Mais recentemente, o ponta-de-lança Tostão – ídolo de Alex – fez cinco gols em Atletiba em uma só temporada. No caso, 1989.
Outro carrasco que tirava o sono dos atleticanos era o atacante Pachequinho. Maior artilheiro alviverde dos anos 1990, com 63 gols, o hábil e veloz jogador marcou em seis oportunidades contra o Atlético. Uma delas teve um sabor especial, e contou com a participação de Alex – que na época debutava seu talento no gramado do Couto Pereira. “Em se tratando de Atletiba todos os gols foram muito importantes, mas teve um, em especial, pelo momento vivido pelo clube. Em 1995, um clássico disputado numa quarta-feira no Couto terminou em 3 x 0. Aquele jogo nos garantiu o acesso à Primeira Divisão do ano seguinte, e tive a felicidade de marcar o gol que selou a vitória. O Alex também atuou naquela oportunidade e, inclusive, deu o passe para o gol”, recorda.
Pachequinho, que hoje é observador técnico do clube, já conhecia Geraldo desde as categorias de base. “O Geraldo chegou muito cedo ao Coritiba, mas o importante é que ele teve tempo para se adaptar ao futebol brasileiro e está em constante evolução da condição técnica, principalmente nas finalizações. Por conta disso, vive um grande momento”, elogia.
Detentor da média de quase um gol por jogo, quando enfrenta o Atlético, Geraldo tirou onda após o clássico de domingo. Irreverente, o brasileiro-angolano declarou: “Seria maravilhoso se tivesse apenas Atletibas, pois eu seria o artilheiro do Brasileirão”. O jogador define a motivação extra apresentada contra o rival justamente por se tratar de um jogo à parte, e ressalta a vontade da equipe em dar continuidade à relevante campanha dentro do Campeonato Brasileiro. “Só de se tratar de um clássico a gente se motiva. É um campeonato à parte e isso motiva muito a gente a entrar no campo e fazer o nosso melhor. Ninguém trabalha para conquistar coisas pequenas. Só coisas grandes. Pensando grande é que vamos conseguir a vaga na Libertadores ou quem sabe o título”, finaliza o iluminado Geraldo.