Contratado para substituir o demitido Paulo Jamelli no começo do Brasileiro do ano passado, Felipe Ximenes viveu as turbulências do centenário do Coritiba, mas foi mantido no cargo e começa a colher os frutos. Responsável direto pela reconstrução da equipe ao lado do técnico Ney Franco, iniciou este ano uma nova filosofia de contratar menos, buscar jogadores específicos para as carências da equipe e o resultado já veio com a conquista do Paranaense. Mas ele avalia que o Coxa ainda não está pronto, porém descarta contratar por contratar. Na avaliação de Ximenez, seu trabalho é dar competência ao Coritiba para que o time, dentro de campo, seja vitorioso na Série B, e não apenas favorito da boca para fora.
Paraná Online – Você é mesmo o homem-forte do futebol do Coritiba?
Felipe Ximenes – De forma nenhuma. Me considero um funcionário do clube numa função importante, que uma coordenação de futebol precisa ter: a gestão do departamento de futebol como um todo, não só nas categorias de base como a categoria profissional também.
Paraná Online – No ano passado, o que aconteceu de errado que o Coritiba acabou caindo?
Ximenes – Acho que foi mais uma lição que o futebol deu. Ele é tão surpreendente que só qualidade técnica não basta. Há vários fatores que acabam determinando a queda de uma equipe para a segunda divisão e infelizmente eles envolveram o Coritiba naquele momento.
Paraná Online – Após o título estadual este ano, jogadores dispensados no final do ano passado foram acusados de terem contribuído para a queda da equipe. Foi isso mesmo?
Ximenes – Não acho que seja uma atitude leal e ética criticar pessoas que não estão no grupo agora. Eu sempre procuro pensar que quem trabalha procura fazer o seu melhor e são fatores muito mais importantes que determinam a queda de uma equipe para a segunda divisão do que simplesmente a falta de comprometimento.
Paraná Online – E este ano, o Coritiba é o favorito na Série B?
Ximenes – Eu não gosto dessa coisa de favoritismo. Eu acho que o Coritiba precisa mostrar sua força como um dos membros do Clube dos 13, mas precisa comprovar isso dentro de campo e favoritismo se comprova dentro de campo. Ninguém ganha jogo de véspera, nem perde jogo de véspera. O destino tem que ser construído ao longo da competição e espero que o Coritiba tenha a competência para fazer isso ao longo do ano.
Paraná Online – O Coritiba está trabalhando com alguns parceiros. Como funciona isso dentro do seu trabalho?
Ximenes – O BMG é um patrocinador do clube e, diga-se, o maior patrocínio que o clube já teve. Temos alguns parceiros e, sem dúvida nenhuma, o principal é a LA Sports, que é uma empresa paranaense, de gente séria e conhecedora de futebol. Além disso, o Luiz Alberto, que é um profissional que tem origens coxa-brancas.