Longe dos holofotes no dia a dia do Coritiba – nem mesmo nas últimas viagens ele esteve presente -, o presidente Vilson Ribeiro de Andrade mostrou sua força política no atual cenário do futebol nacional. O dirigente será o chefe da delegação brasileira na Copa do Mundo. A escolha não foi ao acaso. O presidente coxa-branca já vem exercendo um papel importante nas negociações do Proforte e junto ao Bom Senso F.C. Ele ocupa a vaga que foi de Andrés Sanchez, então presidente do Corinthians, na Copa da África.
Vilson, com a indicação, se posiciona como o “braço direito” do presidente da CBF José Maria Marin e do futuro presidente Marco Polo del Nero. “Ser chefe da delegação brasileira, durante a Copa do Mundo em nosso país, é um grande prestígio para o futebol paranaense e para o Coritiba. Meu trabalho, da mesma forma que venho fazendo em nosso clube, será de dedicação e entrega, contribuindo da melhor maneira possível com todos os profissionais nesta caminhada rumo ao hexa”, destacou.
Esta não é a primeira “indicação” de Vilson. Nos últimos meses, ele vem representando a CBF e os clubes nas negociações junto ao Congresso no Programa de Fortalecimento dos Esportes Olímpicos (Proforte). Os clubes passarão a ter 25 anos para quitar suas dívidas renegociadas com a União. No entanto, para poderem entrar nesse plano, os clubes precisariam seguir uma série de regras financeiras e fiscais, mantendo uma gestão econômica sustentável, inclusive sem atrasos salariais. Além disso, ele também vem ocupando o “cargo” de interlocutor dos clubes nas discussões com o Bom Senso F.C.
Mesmo visto como um cargo secundário, já que não tem qualquer interferência junto à comissão técnica, o chefe da delegação é o embaixador da seleção brasileira em reuniões da Fifa e o representante legal da CBF nos eventos realizados nas cidades-sedes. Dentre os chefes de delegação, o mais consagrado foi Paulo Machado de Carvalho, que em 58 recebeu o status de “Marechal da Vitória”. Durante a apresentação, ontem, no Rio, o presidente da CBF, José Maria Marin, mais uma vez cometeu uma gafe, ao trocar o nome do presidente coxa para Vilson Rubens de Andrade.
Na apresentação de Felipão como novo técnico da seleção, em novembro de 2012, ele chamou Carlos Alberto Parreira de Antônio Carlos Parreira. Mais recentemente, em março deste ano, no discurso de reinauguração da Granja Comary, Marin se atrapalhou com as palavras e se referiu ao técnico Felipão como Vice Felipe Scolari. Uma sequência de deslizes que, espera o torcedor, não tenham interferência na trajetória da seleção, que busca o hexa a partir de 12 de junho, quando abre o Mundial diante da Croácia.
Comissão de respeito
Felipe Rosa |
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Paulo Paixão foi pentacampeão em 2002. |
O clube que mais forneceu membros para a seleção brasileira, foi o Chelsea, da Inglaterra, com quatro jogadores convocados – David Luiz, Ramires, Oscar e Willian. Na sequência, quem aparece é o Coritiba, que será representado pelo presidente Vilson Ribeiro de Andrade, como chefe da delegação, e pelo preparador de goleiros Carlos Pracidelli e o preparador físico Paulo Paixão.
Os dois membros da comissão técnica chegaram ao Coxa já realizando suas funções na seleção. Pracidelli veio para o Alviverde em janeiro de 2013, enquanto Paixão chegou junto com o técnico Celso Roth, em abril. Ambos são velhos conhecidos do técnico Luiz Felipe Scolari, trabalhando juntos não só na seleção, mas também n,o Palmeiras, Grêmio e Chelsea. Além disso, o trio foi pentacampeão do mundo em 2002, na Copa da Coreia do Sul e do Japão.
Apesar de serem profissionais com respeito nacional e com um currículo repleto de títulos, curiosamente os preparadores foram contratados pelo Coxa quando estavam desempregados. Pracidelli havia sido dispensando do Palmeiras em setembro de 2012, junto com Felipão, enquanto Paulo Paixão foi embora do Internacional em outubro do ano passado, após a demissão do técnico Dunga.
Os dois se apresentam à seleção junto com o elenco, no dia 26 de maio, na Granja Comary. Nos primeiros dias, os dois terão fundamental participação nas atividades, uma vez que os primeiros trabalhos serão visando a questão física e médica. Inclusive, Paixão participará da liberação dos jogadores para os amistosos contra Panamá e Sérvia, antes da Copa do Mundo.
Substitutos
No período em que os dois estarão fora, quem comandará as atividades no Coritiba serão o preparador de goleiro Vanderlei Belarmino e o preparador físico Glydiston Ananias, que inclusive era o responsável pelas atividades antes da chegada de Paixão.