Sem conseguir se desvencilhar da zona do rebaixamento, o Coritiba segue convivendo com um clima de absoluta pressão. Um estado constante de tensão, que cobra o seu preço também dentro de campo. No sábado, frente ao Grêmio, o Verdão não teve a lucidez necessária para explorar os espaços oferecidos pelo Grêmio, abdicou da posse de bola (em especial no segundo tempo) e viu seu castelo ruir ao sofrer o gol de empate aos 39 minutos da fase final. Uma ducha fria na equipe, que com a vitória parcial estava se mantendo fora da área da degola. O 1×1, no Couto Pereira, aumentou perigosamente o risco de rebaixamento do clube, a apenas sete rodadas do fim da temporada.

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O matemático Tristão Garcia estima em 62% o risco de queda do Coritiba. Número que só não é pior do que os apresentados por Criciúma (85%) e Bahia (76%). A verdade é que, agora, o Cori terá, obrigatoriamente, que buscar pontos fora de casa. O retrospecto joga contra o clube. Nos quinze jogos disputados como visitante, obteve apenas uma vitória (3×2 sobre o Grêmio, ainda na “era Celso Roth”). Os jogos como visitante serão contra Corinthians, Flamengo, Vitória e Atlético Mineiro. Considerando 46 o “número mágico” da salvação, o Coxa teria que vencer uma e empatar outra dessas partidas. Isso, é claro, além de vencer os confrontos que ainda tem pela frente no Couto, diante de Fluminense, Palmeiras e Bahia.

“O time fez um jogo de igual para igual contra o Grêmio, um dos times que brigam na ponta de cima da tabela”, destacou o técnico Marquinhos Santos. Ele lembrou que os únicos pontos perdidos, sob o seu comando, no Couto Pereira, foram para adversários com esse perfil. Antes disso, o Coritiba havia empatado com o Atlético Mineiro e perdido para o Cruzeiro. “A ansiedade atrapalhou. Isso, aliado à qualidade do adversário, determinou o desenho do jogo no segundo tempo, onde não conseguimos manter a posse de bola e acabamos pressionados”, admitiu Marquinhos, que procurou reequilibrar o meio-campo com as entradas de Hélder e Dudu.

Mesmo sendo em muitos momentos encurralado pelo Grêmio, não é errado afirmar que também faltou sorte ao Coritiba. Na etapa complementar, quando o time gaúcho passou a pressionar, o Verdão teve pelo menos três chances reais para ampliar. Num cruzamento de Joel, que Zé Love não chegou a tempo, e em dois chutes na trave, de Robinho. Um deles, já no último minuto e com o goleiro Marcelo Grohe batido. “Erramos no gol do Grêmio. Faltou atenção. Mas, no geral, fizemos um bom jogo. Não podemos perder o foco. Restam poucas rodadas, mas dá pra buscar. Não tem nada perdido”, cravou Marquinhos. A distância para o Vitória, primeiro time fora da ZR, é de apenas um ponto.

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