Quando chegou ao Coritiba, em junho de 2015, o goleiro Wilson buscava uma retomada na carreira. Ao mesmo tempo, o Coxa buscava um substituto para Vanderlei, que havia saído no início daquele ano e Vaná e Bruno não estavam atuando à altura do ex-camisa 1. Três anos depois, o casamento deu mais do que certo e o arqueiro vem se tornando cada vez mais ídolo do clube.
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Revelado pelo Flamengo, Wilson passou por Portuguesa-RJ e Olaria, antes de chegar ao Figueirense, onde atuou 2007 e 2012 e foi fundamental no time catarinense neste período. Depois, foi para o Vitória e lá até iniciou bem, mas acabou perdendo espaço por conta de uma lesão no ombro, que o afastou dos gramados por dois meses. Aí surgiu a proposta do Alviverde.
Uma indicação do então técnico coxa-branca, Ney Franco, que havia trabalhado com o goleiro no Vitória, em 2014. Escolha mais que certeira. O treinador acabou sendo demitido alguns meses depois, em novembro, mas Wilson segue até hoje e sendo cada vez mais decisivo. Já naquele ano, foi fundamental para a permanência da equipe na elite do Campeonato Brasileiro.
A última prova foi na vitória por 1×0 sobre o Goiás, na última terça-feira, quando fez grandes defesas e ainda pegou um pênalti nos acréscimos. Uma situação que vem se repetindo ao longo dos 175 jogos que realizou com a camisa coxa-branca.
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Neste período, fez verdadeiros milagres. Alguns deles, marcantes. Principalmente na questão de pênaltis. No total, foram nove defendidos. Entre os mais importantes, estão o da vitória por 4×3 sobre o Sport, no ano passado, em Recife, quando foram dois pênaltis defendidos, ambos de Diego Souza. Em um deles, fez uma incrível defesa no rebote.
Contra o Belgrano, pela Copa Sul-Americana de 2016, quando o Coritiba se classificou justamente nas penalidades, o arqueiro pegou dois chutes dos adversários. No Paranaense deste ano, também fez uma defesa na semifinal da Taça Caio Júnior, contra o Foz do Iguaçu.
Além disso, o camisa 84 do Verdão também se mostrou fundamental lá na frente. Já são seis gols marcados, sendo cinco de pênalti. O goleiro virou o cobrador oficial no ano passado, após uma sequência de penalidades desperdiçadas por diversos atletas. Wilson ainda não errou. Antes disso, em 2016, salvou o Coxa de uma derrota para o Rio Branco no Campeonato Paranaense, quando, nos acréscimos, foi para a área e, de cabeça, fez o gol que decretou o empate em 3×3 no Couto Pereira.
Isso sem falar que naquele jogo contra o Belgrano, foi dele o pênalti batido que garantiu a classificação do Alviverde. Aos poucos, ele foi conquistando o torcedor, com a liderança, sinceridade e, principalmente, grandes atuações.
“Quando saiu o pênalti, eu sentei e pensei que tinha o Wilson. Ele é um cara espetacular de caráter e postura. Eu tenho o Wilson e fiquei tranquilo. Só chamei alguns jogadores para ficarem atentos ao rebote porque tinha certeza que ele ia pegar”, disse o técnico Eduardo Baptista, após a vitória sobre o Goiás.
Confira a classificação completa da Série B
No ano passado, quando o Coritiba foi rebaixado para a Série B, o arqueiro recebeu propostas para ir embora, mas com contrato até 2020, fez questão de permanecer e dar a volta por cima com o clube, para firmar seu nome na história do Coxa, assim como fez em outros times.
“Eu tive proposta para sair, mas para isso acontecer teria que ser algo muito bom para mim e para o clube. E o Coritiba entendeu que não valeria a pena a liberação. Eu recebi muitas mensagens de torcedores achando que eu não ia ficar porque não queria jogar a Série B. Teve até torcedores que mandaram mensagem dizendo que eu tinha que sair mesmo porque eu não sou goleiro para jogar a Série B. Mas para mim não é demérito nenhum”, disse ele, no início de 2018. A torcida agradece essa decisão. E muito.