Fora do padrão

Em ano negativo do Coritiba, Tiago Real supera desconfiança e dá volta por cima

Mostrando vontade e versatilidade, Tiago Real ganhou vaga no time titular, mas ainda não tem permanência garantida no Coxa. Foto: Albari Rosa

O ano de 2017 não poderia ter terminado pior para o Coritiba. O rebaixamento à segunda divisão escancarou as múltiplas fragilidades do clube, sobretudo no seu departamento de futebol. Na contramão dos diversos erros cometidos pela diretoria coxa-branca, o meia Tiago Real, revelado na base do próprio Verdão, retornou nesta temporada e provou que tinha condições de ajudar. O camisa 8, que teve sua contratação bastante contestada por grande parte da torcida no início da temporada, terminou o ano como titular e um dos poucos que se salvaram na péssima campanha no Brasileirão.

Talvez pela identificação que tem com o Coritiba, Tiago Real não tenha ganhado espaço na reta final da temporada por sua técnica, mas muito pela sua dedicação em campo. Fator, aliás, que faltou para muitos jogadores que desembarcaram no Alto da Glória neste ano e que chegaram com o peso e a responsabilidade de resolver, de fato, os problemas do time em campo.

O meia é um dos diversos jogadores que, ao final deste ano, terão seus vínculos com o Coxa se encerrando. Mesmo não tendo decepcionado e tendo feito uma temporada com uma certa regularidade, a permanência ainda é incerta. Depende muito da nova diretoria que, a partir de hoje, toma posse de fato para gerir o clube nos próximos três anos.

Depois de atuar nas categorias de base do Coritiba, Tiago Real defendeu as cores de Joinville, Palmeiras, Náutico, Goiás, Bahia e Vitória. Voltou em 2017 mais maduro e com a vontade de ajudar. Mesmo não tendo muitas oportunidades no Campeonato Paranaense, conquistou com o Verdão o título estadual.

No Campeonato Brasileiro, iniciou em segundo plano e só passou a ter mais oportunidades com a chegada do técnico Marcelo Oliveira. A sua versatilidade em campo e a capacidade de atuar em duas e até três funções (chegou a jogar como lateral-direito, segundo volante, armador e ponta) talvez tenha feito o camisa 8 se sobressair diante das opções escassas do elenco, que sofreu com a falta de qualidade nas peças de reposição.

Dos 57 jogos do Coritiba durante toda a temporada, Tiago Real participou de 35, sendo 26 como titular. Apesar do rebaixamento, o jogador terminou em alta e, nas últimas rodadas do Brasileirão, inclusive, anotou, na goleada sobre o Avaí, no Couto Pereira, seu único gol com a camisa alviverde no seu retorno.

Sem ser brilhante tecnicamente, mas sempre dedicado em campo, o meia Tiago Real sucumbiu junto com o restante do time coxa-branca no Brasileirão. A volta do jogador ficou marcada como o ano da queda do Verdão à segunda divisão. O rebaixamento, na verdade, veio como castigo para um clube que, nos últimos seis anos, limitou-se apenas a lutar contra a queda à Série B e precisará, em 2018, mudar definitivamente seus rumos para retornar à elite do futebol nacional.

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