Opinião

Diretoria do Coritiba repete erros e não sabe para onde ir

Samir Namur demorou para mandar Eduardo Baptista embora. Agora precisa reajustar o elenco para o novo comandante, mas sem correr atrás de peças semelhantes. Foto: Felipe Rosa

O empate em 0x0 com o Sampaio Corrêa, na noite de sexta-feira (10), no Couto Pereira, culminou com a demissão do técnico Eduardo Baptista no Coritiba. Uma decisão mais do que esperada, mas que demorou para ser tomada por parte da diretoria. Nos últimos dez jogos, o Coxa venceu apenas duas vezes e foi se afastando cada vez mais do G4 da Série B.

Porém, mais do que os resultados em si, a atuação do Alviverde já mostrava uma falta de evolução no trabalho. Aliás, o time só não está mais longe da zona de classificação justamente pelo baixo nível da competição. O que mostra como a atual gestão do clube vem cometendo erros atrás de erros, alguns até semelhantes a de gestões anteriores e que agora são repetidos pelo presidente Samir Namur, crítico ferrenho de seus antecessores.

A promessa em dezembro de 2017, quando a diretoria assumiu, era de, diante das dificuldades financeiras, dar valor às categorias de base. De fato, no Campeonato Paranaense a garotada foi muito utilizada. Mas bastaram resultados ruins para o técnico Sandro Forner ser demitido – coincidentemente após um duelo com o Sampaio Corrêa -, e o clube ir ao mercado em busca de reforços.

No total, 16 atletas foram contratados até aqui ao longo da temporada. Como que um time que vive dificuldades financeiras pode contratar tantos jogadores? E a maioria de nível daqueles que já estavam no grupo. No começo, a desculpa era de que o Coritiba não tinha dinheiro para trazer nomes de nível maior. Mas com o dinheiro que paga para os três zagueiros contratados – Alan Costa, Alex Alves e Rafael Lima – não daria para trazer apenas um, que chegasse para resolver?

Entre reforços e revelados em casa, Coxa ainda não acertou o rumo em 2018. Foto: Marcelo Andrade
Entre reforços e revelados em casa, Coxa ainda não acertou o rumo em 2018. Foto: Marcelo Andrade

E não dá nem para dizer que era preciso ter peças de reposição, pois um é reserva (Alex Alves) e o outro (Alan Costa) sequer vem sendo aproveitado, afastado já há quatro meses e recebendo um alto salário apenas para treinar. Lá na frente, já foram quatro atacantes contratados e só dois gols marcados por eles (ambos de Bruno Moraes). Não seria melhor pegar todo o investimento neles e trazer um outro matador de peso? Sem contar que os destaques são justamente aqueles que vieram da base, como Guilherme Parede e Yan Sasse.

Confira a classificação completa da Série B

Erros acontecem em qualquer administração, mas Namur e cia parecem gostar de repetir as falhas. Trouxeram um pacotão de reforços para o início da Série B, ao longo da competição trouxeram outros nomes e não deve parar por aí, com pelo menos mais dois ou três atletas devendo chegar nos próximos dias, casos do atacante Guilherme e do meia Carlos Eduardo, que neste ano, em Chapecoense e Paraná Clube, respectivamente, não mostraram serviço a ponto de chegarem para resolverem os problemas. A prateleira só aumenta, mas em quantidade, não em qualidade.

Nesse meio tempo, seguiram insistindo em Eduardo Baptista, que claramente já não estava rendendo. Só que de abril até esta semana, nenhum dirigente dava as caras para se justificar, sem que fosse através da comunicação oficial do clube. Nesta segunda-feira (13), enfim Samir Namur tentará se explicar. Mas não poderá culpar gestões anteriores pelo fiasco atual. Será preciso assumir as falhas e mudar a postura. Caso contrário, fará igual aos que ele critica, mas conseguindo a proeza de manter o Coxa mais um ano na Série B.

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