Coxas torcendo para o Atlético? É isso mesmo. Relegado ao Torneio da Morte, o Furacão desperta a piedade e até a torcida do maior rival. A diretoria do Coritiba lamenta o prejuízo técnico e financeiro, com a ausência rubro-negra na fase de mata-mata e espera pela sobrevivência atleticana na elite caseira.
A compaixão pelo mais tradicional adversário segue a linha de aproximação inédita desenhada esse ano e também reflete a preocupação com o esvaziamento ainda maior no já deficitário torneio estadual.
Ainda no domingo, o vice-presidente Ernesto Pedroso reconheceu a situação lamentável do Atlético e confessou sua torcida contra o rebaixamento, que seria “fatal” para o campeonato.
“O campeonato é pautado pela rivalidade. O futebol depende do espetáculo, de times competitivos e grandes jogos. É triste ver um coirmão passando por maus bocados. Seria tétrico se caísse para a segunda divisão”, reforçou o dirigente ontem.
Ele não quis analisar os motivos que levaram à derrocada atleticana que contou com um pedido de desculpas em nota assinada pelo presidente Mário Celso Petraglia (ver página 11) e demais dirigentes. Preferiu fazer uma avaliação mais ampla e comentou as dificuldades do futebol brasileiro, com endividamento e gastos fora da realidade. “São necessários ajustes. Vemos o Paraná em um momento delicado, o Atlético bem com seu estádio, patrimônio, mas uma situação também delicada financeiramente. Nós, com uma equipe competitiva, mas também com dificuldades, administrando um passivo complicado”, enumerou.
O presidente Rogério Portugal Bacellar citou o baque nas contas dos clubes causado com a perda da maior atração do torneio local. “Disputar o Paranaense é sempre complicado. Imagina sem adversários como o Maringá, Londrina, Paraná e Atlético? É uma competição deficitária e vivemos com a expectativa da renda de um grande jogo para amenizar um pouco o prejuízo”, afirmou. O Atletiba deste ano levou 15.721 pessoas ao Couto Pereira e rendeu R$ 344.628,00 (valor bruto), no maior público da competição.
Apesar do risco, a cúpula alviverde confia na salvação rubro-negra. E mesmo em caso de insucesso do adversário, não cogita uma reviravolta política para criar uma liga independente em 2016.
“Não cogitamos isso. Nós pensamos que a FPF precisa valorizar os times para ter um campeonato forte, como faz a Federação Catarinense que hoje conta com quatro times na primeira divisão e um na segunda”, comparou Bacellar.
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