25 anos mais tarde

Desde 1990, camisa 1 do Coritiba não vinha da base

O treinador de goleiros Carlos Pracidelli, chegou ao Coritiba em 2013 para substituir Rodrigo Maia, e prometeu que a sina de goleiros formados pelo clube não atuarem terminaria. Vaná, 23 anos, tem essa missão em 2015. O último prata da casa a vestir a camisa 1 foi Gerson Dall’stela, campeão paranaense em 1989 mas titular apenas em 1990.

Somente dois anos após a promessa de Pracidelli – que nem está mais no clube e foi substituído justamente por Maia – é que Vaná fica com a responsabilidade de ser o camisa 1 vindo da base “A expectativa é muito grande. Trabalhei muito tempo para isso, estava esperando esse momento. Tendo essa primeira chance vou aproveitar da melhor maneira para não sair mais”, disse o arqueiro, que tem no currículo apenas cinco partidas pelo Coxa.

Em 2001, na verdade, Júnior atuou raras vezes como titular e também veio formado pela Coxa. Mas quem pode ser considerado o último, de fato, é Gerson. No elenco coxa-branca há seis anos, inclusive sendo o terceiro goleiro do título brasileiro de 1985, o agora comentarista só teve a chance em 1990, quando tinha a missão de ajudar a conquistar o bicampeonato. E pede que a diretoria aposte no trabalho que é feito no CT do Atuba. “Apesar de o clube ter sido celeiro de goleiros no passado, faz muito tempo que ninguém da casa não assume a posição. A política foi trazer goleiros de fora e a torcida se acostumou com isso. Espero que essa mentalidade de buscar arqueiro de fora termine de uma vez, principalmente da torcida ali das cadeiras cativas, que reclama muito e é exigente. Se um Rogério Ceni vier e levar gols bizarros, eles não falam nada. Mas quando é da casa, criticam”, avaliou Gerson.

Pressão

Vaná sabe o que o início é fundamental para conseguir a confiança dos torcedores e, para isso, já sabe o que fazer. “Nesse começo é fazer o mais simples, demonstrar segurança, o que é mais importante. Com a sequência as coisas vêm”, aposta.

O ex-jogador sabe e viveu na pele essa pressão vinda da arquibancada. Entretanto, Gerson pede paciência e acredita que o arqueiro vai conseguir se firmar embaixo das traves. “A pressão em cima é muito grande, exatamente por não dar espaço para isso. Se derem chance, tenho certeza absoluta que Vaná se firma na meta coxa-branca, pois sempre foi destaque da base”, completou.

Gerson, que em 1991 se transferiu para a Inter de Limeira, depois de um ano como titular no Coritiba, espera que esta temporada seja um marco para uma nova filosofia dos diretores: a de confiar em jovens jogadores do Coxa, não só goleiros. “Você só contrata jogador para ser titular, aposta é sempre vinda da base. Tem que confiar no trabalho que faz nas categorias inferiores. Qualquer goleiro tem que matar um leão por dia, pois é sempre muito visado. No Coritiba são dois leões por dia, a pressão é enorme. Mas tem que aprender a lidar com isso, esquecer a torcida e fazer o trabalho dos treinos, acreditando em seu potencial. Agora o que vai definir de quem sobe para o profissional é a personalidade. Se tiver, tem sucesso”, finalizou ele.

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