Kléber lutou, mas...

Derrota reabre crise no Coritiba

Kléber bem que tentou, mas o Coxa ficou devendo. Foto: Hugo Harada

Ele corre, ele tenta, ele cruza, ele marca, ele cabeceia, ele chuta, ele cai, ele reclama, ele joga. E tem alguns dias em que Kléber parece ser uma ilha de talento dentro do Coritiba. Ontem foi assim. O Gladiador bem que fez a parte dele, mas a atuação alviverde foi muito ruim, e a derrota por 2×0 para o Flamengo no Couto Pereira (a primeira no estádio neste Campeonato Brasileiro) foi totalmente justa. O resultado é que a tranquilidade da semana passada sumiu, o time voltou para a zona de rebaixamento, e o técnico interino Pachequinho tem a sua efetivação mais ameaçada do que nunca.

E não pelo resultado. Desta vez, Pacheco não conseguiu fazer o Coxa jogar. Foram, é verdade, vinte bons minutos no início do jogo. O Coxa repetia a escalação da vitória sobre o Santa Cruz e marcava bem os cariocas e tinha conseguido um lance de grande perigo com Carlinhos. Mas Alan Santos se machucou e o interino teve que agir. Colocou Iago, e o que deveria ser uma troca para colocar o time no ataque de vez, mostrou-se um caminho para o desequilíbrio tático da equipe.

O domínio alviverde era no meio-campo, e com Iago aberto na direita e Raphael Veiga sem repetir a atuação da semana anteriores, o Flamengo passou a dominar e aos poucos impor seu ritmo, mais lento e esperando um espaço, uma brecha para encaixar um contra-ataque apenas. E ele veio logo no início do segundo tempo, quando a defesa coxa estava desarrumada e Guerrero foi lançado.  O peruano apostou corrida com Luccas Claro e venceu, e chutou com força no cantinho, indefensável para Wilson.

Aí o Coritiba tentou pressionar. Ficou com a posse de bola, tentou muitos cruzamentos – que só serviram para consagrar Rafael Vaz, que venceu os duelos pelo alto. Pachequinho apostou em Felipe Amorim e aí ouviu as primeiras contestações. O atacante entrou mal (a rigor, não fez nenhum jogo bom desde que chegou ao Alto da Glória), e os donos da casa não levavam muito perigo a Alex Muralha. O goleiro do Flamengo, se olharmos o jogo com atenção, não fez nenhuma defesa.

Kléber continuava tentando. Muito marcado, ele tentava abrir espaços, mas Iago, João Paulo, Kazim e Felipe Amorim erravam passes e chutes. Com Bernardo no lugar de Ceará, o Coxa se desmontou, e a tragédia ficou completa no lançamento de Cuéllar e na qualidade de Marcelo, que teve a calma necessária para marcar o segundo gol carioca. Resultado terrível para o Coritiba, que reabriu várias feridas e deixou Pachequinho mais longe da efetivação.

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