A lei do silêncio agora impera oficialmente no Coritiba. Na tentativa de amenizar a crise, após rebaixamento no ano do centenário e confusões depois do jogo contra o Fluminense, todos os integrantes do novo G-9, com o reeleito Jair Cirino na presidência, receberam a instrução de centralizar as informações do Alviverde no site oficial.
O vice-presidente do G-9, Vilson Andrade, nega que a burocracia tenha sido implantada para abafar a crise no Coritiba. Ainda assim, confirma que existe a intenção de preservar o futuro conselho administrativo, que toma posse no dia 4 de janeiro.
“Neste momento, estamos em uma fase de muito trabalho. Assim que precisarmos dar informações, elas estarão no site do clube”, se explica. Ontem ocorreu o primeiro “furo de reportagem”.
O site anunciou a permanência do técnico Ney Franco até dezembro de 2010 . Na terça-feira, integrantes do novo G-9 e o diretor de futebol, Felipe Ximenes, se reuniram com o treinador e nenhum deles havia confirmado a renovação do contrato.
Torcedores reprovam o posicionamento. De acordo com Percy Goralewski, responsável pelo movimento das assinaturas por uma mudança estatutária no Coritiba, a medida é considerada absurda. “Tudo bem privilegiar o porta voz do clube, mas isso coloca o clube na contra-mão da história”, afirma.
Para Percy, que também é um dos responsáveis pelo site Coxanautas, a nova gestão do Coritiba deve articular outras maneiras de preservar sua própria imagem. “Já está começando errado (o novo G-9). O melhor caminho seria todos realmente falarem a mesma língua”, ressalta.
Retrocesso
A medida adotada pelo Coritiba foi utilizada pelo “co-irmão” Atlético Paranaense em 2006. As entrevistas com diretores apenas eram concedidas quando marcadas previamente, muitas vezes apenas quando a iniciativa era do clube, e as informações gerais eram repassadas à imprensa pelo site oficial. No entanto, a estratégia rubro-negra desgastou a imagem do Furacão, que tempos depois voltou atrás.
