O Coritiba em sua versão 2015 terá que derrubar algumas barreiras. Uma delas, no que diz respeito à utilização de seus pratas-da-casa. Nos últimos anos, em meio à política administrativa aplicada por seus gestores – Felipe Ximenes e, mais recentemente, Anderson Barros – pouco espaço foi oferecido aos atletas da base. Uma das promessas de campanha do presidente Rogério Bacellar foi exatamente uma mudança de diretrizes, enxugando o grupo, cortando salários de três dígitos e abrindo espaço para os garotos do clube.
A meta é impedir que novas gerações venham a ser ‘queimadas’, como ocorreu nos últimos anos. No ano passado, por exemplo, o Coritiba lançou mão de um time alternativo nas cinco primeiras rodadas, mas sem efeito prático algum. Além de resultados ruins nos jogos, apenas um dos garotos conseguiu se firmar no elenco principal, sendo utilizado com alguma frequência. Dudu foi exceção, num ano conturbado, em que o Coxa mudou de comando técnico duas vezes e conviveu durante todo o Brasileiro sob a sombra do rebaixamento.
O grupo atual, que finaliza hoje a pré-temporada em Atibaia, já conta com um volume maior de atletas forjados no clube, mas ainda há uma série de questionamentos sobre a utilização efetiva desses jogadores. O próprio Rafhael Lucas admite que não é fácil imaginar uma sequência como titular da equipe, mesmo tendo sido escalado no ataque coxa em alguns dos treinamentos. “O garoto sempre tem que se esforçar mais nos treinos. Senão, os contratados acabam ocupando o espaço”, comentou o jogador de 22 anos.
Curiosamente, nos últimos anos, não se vê mais aqueles meninos ainda com idade de júnior (entre 17 e 19 anos) tendo oportunidades no Alto da Glória. Fala-se muito em um ajuste na transição base-profissional, mas a fórmula ainda não parece ter sido encontrada. Para não inflar o seu grupo principal, por exemplo, o Coritiba mantém um grupo ‘sub-23’, treinado por Tcheco, mas sem um calendário específico. Vive de raros amistosos – como o do último domingo, em Ponta Grossa, frente ao Operário – e de muito treinamento. Quem se destaca pode, esporadicamente, ser chamado ao grupo principal.
Últimos anos
Num retrospecto recente, o Coritiba revelou – com sucesso – jogadores como o zagueiro (e lateral) Lucas Mendes e o volante Willian Farias (entre 2011 e 2012). De 2013 para cá, somente o zagueiro Luccas Claro foi utilizado com frequência, podendo ser apontado, hoje, como titular absoluto da equipe alviverde. Correndo por fora surge Dudu, visto por muitos como o substituto natural, guardadas as proporções, de Alex. Vale lembrar que ambos já são jogadores “prontos” de 23 anos completos. Com os dois em campo e a presença de Vaná (que chegou ao clube com 19 anos), pode-se ver um time mais voltado à base. A efetivação desta política, porém, dependerá do resultado de campo e, é claro, da real saúde econômica do Verdão