Brigas, choro e decepção. Foi esse o sentimento dos torcedores do Coritiba após o empate contra o Fluminense, que decretou o rebaixamento do clube para a 2.ª divisão do Campeonato Brasileiro.
O mesmo espetáculo que começou com um “Green Hell” de fumaça e papel picado, incentivando o time, foi finalizado com jovens agredindo policiais, jogadores e até mesmo adeptos coxas-brancas contrários à violência. Um novo inferno verde foi protagonizado no Estádio Couto Pereira, dentro e fora do campo.
A maior cena de pancadaria generalizada que o futebol paranaense já viu rendeu severa punição ao Coxa. Pressionado por autoridades e imprensa de São Paulo e Rio de Janeiro, a 2.ª Comissão do Superior Tribunal de Justiça Desportiva impôs a perda de 30 mandos de campo e multa de R$610 mil – pena recorde aplicada a um time brasileiro.
A condenação, ainda em primeira instância, pode ser revertida. Basta que o pleno do STJD analise as provas apresentadas pelo clube e não o culpe por supostamente deixar de tomar providências para segurança de todos. O novo julgamento ocorre entre janeiro e fevereiro.
Dias antes, o presidente Jair Cirino afirmou ter sido ameaçado por integrantes da torcida Império Alviverde. Por isso, protocolou na Secretaria de Segurança Pública do Paraná um alerta de atenção especial ao jogo.
Tratava-se de uma tragédia anunciada, supostamente programada por integrantes da organizada durante as caravanas contra Santos e Cruzeiro.
Ironicamente, a diretoria do mesmo Jair Cirino, que supostos integrantes da Império prometido agredir, foi quem ajudou a custear o valor do aluguel dos ônibus de torcedores que foram acompanhar as duas derrotas que complicaram o Coritiba na reta final do Brasileirão.
Não parecia o mesmo time que não foi piedoso contra São Paulo, Palmeiras, Internacional, Atlético-PR e Atlético-MG. Muito menos o que aplicou impactantes 5 a 0 no Flamengo, futuro campeão brasileiro.
Voltava a ser o mesmo Coritiba que pecou ao perder jogos considerados considerados fáceis, como aquele que um “mistão” não soube segurar o também rebaixado Santo André, em casa. Os três pontos desperdiçados fizeram falta e foram determinantes para que o Coritiba a tragédia ocorrida no Couto Pereira.
Como reflexo da situação, jogadores e torcedores estão com medo de pisar no Alto da Glória, mesmo que para vestir a camisa alviverde. As finanças também ficarão apertadas.
Por isso, o Coritiba vai precisar de um verdadeiro abraço coletivo de todos os coritibanos. Só assim para superar os traumas e voltar ao grupo de elite do futebol nacional.