Comemorar o centenário com pompa e circunstância acabou fazendo um estrago tão grande nas contas do Coritiba quanto o rebaixamento pra Segundona. Mesmo renegociando pendências antigas e diminuindo a dívida total, de R$ 59, 5 milhões para R$ 53,9 milhões, o clube amargou um prejuízo de R$ 9,7 milhões na temporada passada e ainda sente reflexos disso.
Por isso, o conselho deliberativo, mesmo aprovando as contas da gestão passada, irá fazer um monitoramento mensal nas entradas e saídas, para evitar que surpresas como essa aconteçam no próximo balanço.
“Vivemos um ano de centenário de muita empolgação e se perdeu um pouco o controle sobre as saídas (gastos)”, revela Omar Akel, presidente do conselhão. No futebol, o clube aumentou de R$ 24,8 milhões (em 2008, quando o time foi o 9.º colocado no Brasileirão) para R$ 30,4 milhões (em 2009, rebaixado).
Na área administrativa e marketing, os números saltaram de R$ 6,3 milhões para R$ 10 milhões. “Houve um aumento nos gastos, mas não houve uma preocupação em se buscar novas receitas”, destaca. No período, o clube conseguiu apenas R$ 3,5 milhões a mais para gastar e, por isso, as contas não fecharam.
Mesmo assim, o balanço publicado na sexta-feira foi aprovado. “Do ponto de vista fiscal, as contas estão em ordem”, avisa Akel. No entanto, o conselhão vai ver de perto, mês a mês, como andam as entradas e saídas.
“Vamos fazer um monitoramento no fluxo de caixa para não termos surpresas no final do período”, destaca. Mas ele mesmo garante que confia nas mudanças que já foram feitas pelo administrativo. “O clube passou a se agilizar para buscar novas formas de receitas e mesmo com o estádio fechado teremos mais patrocínios na camisa e estamos resgatando o quadro social”, aponta.
E a folha do time profissional? “No ano passado, pagávamos mais de R$ 1,5 milhão e este ano caiu para R$ 800 mil. Houve uma redução significativa”, compara o presidente do deliberativo. Por isso, ele vê um bom ano para o time, mesmo com a queda de receita vinda da televisão.
“O cenário parece mais claro e palpável do que no ano passado e vamos em busca do resgate da auto-estima do torcedor e da credibilidade da gestão e ainda temos que pagar as contas e ganhar campeonatos”, finaliza Akel.