A bola rola para o Coritiba, oficialmente, dentro de oito dias. Na contagem regressiva para a largada do Paranaense, a comissão técnica ainda não sabe como irá armar o ataque do Verdão. Tudo por conta da dificuldade de se encontrar um “camisa 9” de ofício. No início da pré-temporada, Keirrison e Anderson Aquino eram vistos como as opções para o setor. Porém, o K9 voltou a se lesionar e Aquino acabou negociado com o Santa Cruz (ele viajou para Recife, onde passa por exames antes da conclusão da transação). Giva seria o único mais “pronto”, mas falta o cara de confiança. A prioridade, para a diretoria, era Wellington Paulista, mas as negociações parecem emperradas.

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O jogador ainda não definiu sua liberação junto ao Internacional (teria vencimentos a receber do clube gaúcho) e, diante deste quadro, o Coritiba já volta atenções ao mercado, mais uma vez. Até mesmo o experiente Borges, que havia sido oferecido ao clube no mês passado, voltou à pauta. “Não descartamos nome algum. Temos alguns jogadores monitorados e esperamos definir essa pendência o quanto antes”, finalizou André Mazzuco. A falta de recursos e de opções no mercado, porém, impedem um avanço conclusivo na definição deste “homem gol”.

O presidente Rogério Bacellar, diferente de Mazzuco, não alimenta a possibilidade de contar com Borges. O atacante – reserva no Cruzeiro – é visto como “muito caro” para os padrões atuais do Coritiba, que se esforça para enxugar a folha salarial do departamento de futebol. Não se descarta, assim, a busca por um jogador de menor projeção, mas capaz de dar sustentação ao ataque coxa-branca. O setor continua carente, há tempos. Nos últimos anos, as apostas em Deivid (mesmo tendo feito gols decisivos, não foi o goleador que o torcedor esperava), Leonardo, Bill (principalmente na segunda passagem), Júlio César e Keirrison (ver matéria) foram “furadas” e a única resposta razoável veio com o camaronês Joel.

A última camisa 9 vestida “com gosto” foi o próprio Keirrison, em sua primeira passagem pelo Coxa. Ele surgiu muito bem, sofreu uma lesão, recuperou-se e foi artilheiro do Brasileirão em 2008, deixando um vácuo quando foi negociado com o Palmeiras que ainda não foi recuperado, nem mesmo nas campanhas vitoriosas de 2011.

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A dificuldade é tamanha que Marquinhos Santos vai trabalhando o time sem um atacante de área. Começou os treinos, em Atibaia, com Mazinho e já começa a dar oportunidades a Negueba – os dois fizeram a dupla mais avançada no treino de ontem, já visando o jogo-treino contra a Ponte Preta, no sábado, em Campinas. Sem referência, a ideia é apostar mais na velocidade e na constante mobilidade dos meias. Talvez seja esta a saída para o jogo em Rolândia, frente ao Nacional, no dia 31 de janeiro. Pois, mesmo que um novo atacante seja acertado nos próximos dias, dificilmente ele seria lançado no time já para a estreia no Campeonato Paranaense.

K9 acredita que agora vai

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Atibaia – O atacante Keirrison vive a expectativa de viver grandes alegrias em 2015. Apesar de ter que treinar em separado nessa semana em Atibaia por causa de dores musculares, o jogador admitiu que todas as mudanças no clube o têm motivado a acreditar que será um ano diferente, que poderá marcar a retomada definitiva da sua carreira.

“Está sendo um 2015 totalmente renovado. Não só da diretoria, mas também do elenco, de uma filosofia nova, o Coritiba precisava disso. Acredito em um ano para todos aqui maravilhoso”, apostou. Desde que retornou ao clube, em março de 2012, o jogador de 26 anos ainda não correspondeu totalmente às expectativas da torcida, que viu um jovem K9 ser negociado em 2008 após ser artilheiro do Brasileiro. Na sequência, o atleta passou por alguns clubes sem muito sucesso e fez mais duas cirurgias no joelho. Só foi marcar um gol novamente pelo Coritiba em 2013, quebrando um jejum pessoal de dois anos. No total naquele ano, ele fez onze partidas, nenhuma completa, e e,ste gol. No ano passado foram 25 partidas, mas em apenas quatro delas esteve os 90 minutos em campo. Balançou a rede cinco vezes.

“Existe uma crescente, isso já era esperado desde que eu fiz a última cirurgia”, admite o jogador, “Ano passado eu já tive mais sequência, um pouco de melhora física principalmente. Acredito que em 2015 vai ser muito melhor. Se eu consegui fazer 25 jogos, lógico que quatro só os 90 minutos, com certeza vai ser mais ainda”, disse o atacante.

O último gol foi no Brasileiro, contra o Bahia, na despedida do meia Alex, deixando uma boa impressão para essa temporada. “Foi muito importante, por tudo o que eu fiz no ano passado, e até para dar um gás para começar 2015 muito forte”, acredita.

Pelo menos da nova diretoria alviverde ele tem total confiança. “Esperamos que ele venha deslanchar, estamos fazendo de tudo para que isso aconteça. Só depende dele agora”, afirmou o presidente do Coxa, Rogério Bacellar.

A comissão técnica alviverde trabalha com cautela com o atleta. A ideia é fazer um trabalho para que ele não sinta nenhuma dor e depois fazer um fortalecimento muscular gradativo para que suporte novamente os treinamentos com o grupo e o restante da temporada sem lesões.

“Ele é um atleta que vem de situações bem complexas em anos anteriores, de cirurgias, de readaptação, está voltando aos poucos. Então muitas vezes a carga de treinamento no início de temporada acaba pesando um pouco”, explica o preparador físico Glydiston Ananias,
“Somente nessa semana aqui que eu fiquei um pouco separado, que eles procuraram ter um pouco de cuidado. Acredito que na próxima semana já vou treinar normalmente”, afirmou um confiante K9.