O Coritiba terá até a próxima sexta-feira (19) para dar a sua versão no caso Giancarlo. O atacante, que entrou com uma ação contra o clube, teve o seu pedido acatado pelo Tribunal Regional do Trabalho nesta quarta-feira (17).
O imbróglio ocorreu após o Coxa desistir da negociação com o jogador do Paraná Clube, quando este já havia até vestido o uniforme alviverde e conversado com profissionais da comissão técnica e do elenco do Verdão.
Com isso, o Coritiba terá que cumprir o contrato formalizado com o atleta ou arcar com a multa rescisória. Porém, esta pendência seria de cerca de 4 milhões por conta dos danos morais apontados pelo atacante na Justiça.
Entenda o caso:
Na ação, consta todo o embróglio, desde o dia 8 de setembro, quando Giancarlo foi procurado pelo Alviverde, até a última segunda-feira, quando o presidente do Coritiba, Vilson Ribeiro de Andrade, deu por encerrada a negociação com o Paraná Clube.
Porém, neste período, houve diversas trocas de emails entre os departamentos jurídicos entre os dois clubes, inclusive com contrato firmado e assinado, tanto pela diretoria do Tricolor, quanto pelo próprio Giancarlo. Faltaram apenas as assinaturas de representantes do Coxa e de Anderson Aquino, que iria para a equipe paranista.
Ainda é relatado que o atacante do Tricolor esteve no CT da Graciosa, onde recebeu material de trabalho, inclusive tirando foto com camisa de treino do novo time, cumpriu ordens do fisiologista e da nutricionista do clube, conversou com o novo treinador, escolheu a camisa 90 para jogar, além de já ter deixado seus pertences em um armário no CT e ainda ter que se reapresentar no dia seguinte.
De acordo com o acerto, Giancarlo seria emprestado gratuitamente ao Coritiba até o final do ano. Em contrapartida, o Coxa liberaria o atacante Anderson Aquino ao Tricolor, além de seguir pagando os salários do jogador até o término da temporada. A única cláusula que previa uma rescisão do acordo seria uma possível reprovação nos exames médicos, tanto por parte de Giancarlo, quanto de Anderson Aquino.
No entanto, todos os exames realizados pelo jogador no Hospital Cardiológico Constantini foram anexados ao processo e mostram que todos os resultados foram dentro da normalidade, “sem evidência de anormalidades cardiovasculares ou respiratórias significativas”.
Por todas estas questões, Giancarlo pede uma indenização por danos materiais no valor de R$ 320 mil, referentes a salário e direito de imagem (o acordo com o Coxa era de um salário de R$ 48 mil por mês, mais R$ 32 mil mensais de direito de imagem), mais R$ 6 mil que ele deixou de ganhar referentes a bichos e prêmios de três jogos do Paraná em que ele ficou de fora (diante do Santa Cruz, no último sábado, contra o Ceará, ontem, e também contra o Boa Esporte, no próximo sábado, pois não haveria tempo hábil para ele ser escalado) e, por fim, mais uma indenização por danos materiais pela desvalorização profissional e rebaixamento na equipe durante um mês de trabalho no valor de R$ 80 mil. Tudo isso somado daria R$ 406 mil.
Também é cobrada uma indenização por danos morais no valor de 50 vezes a remuneração mensal acordada com o clube, o que totalizaria R$ 4 milhões. A exigência ainda é que o Coritiba se manifeste declarando que irá cumprir o acordo e integrar o atleta ao elenco profissional, ou então que irá rescindir o contrato. O Alviverde tem, a partir de hoje, 24 horas para se manifestar. Caso contrário, pagará R$ 100 mil de multa diária.
Ou seja, tudo isso daria, pelo menos, R$ 4,5 milhões. De acordo com o ação, “não se trata de mero aborrecimento, pois o autor é atleta profissional que possui carreira curta e o réu é clube profissional centenário que não pode contratar e constratar jogadores a seu bel prazer, sem ser responsabilizado pelos seus atos”.
