O Coritiba venceu, mas ainda segue sob pressão neste Brasileiro. Com apenas quinze pontos, o Verdão segue na zona do rebaixamento e vê no duelo de amanhã – às 21h, em São Paulo – a chance de, enfim, sair dessa área de desconforto. Mais um “jogo de seis pontos” na vida de Celso Roth, que tem problemas para encarar o Palmeiras, atual lanterna da competição. O clube paulista, derrotado pelo Sport, “herdou” a posição que até então era do próprio Coxa e um novo revés pode até determinar a saída do técnico Ricardo Gareca.
“Não é fácil jogar sob pressão. Vimos isso contra o Vitória. A adrenalina, o clima do jogo, acabou até determinando algumas lesões”, disse Roth, numa referência a Norberto e Dudu, que se machucaram ainda no primeiro tempo. “O Gareca é experiente o suficiente para superar essa fase. Tenho certeza que teremos um jogo duríssimo pela frente. Vai ser pressão pra cima da gente também, com o Pacaembu lotado”, cravou Roth. O treinador, apesar do protesto da torcida, que pediu “a sua cabeça” antes do jogo frente ao Vitória, disse que encarou tudo com naturalidade.
“Não foi a primeira e nem será a última (reação desta forma). Faz parte do futebol e, com todo o respeito à torcida do Coritiba, já vivi situações muito piores”, revelou Roth, que em momento algum pensou em deixar o comando do Verdão, apesar da campanha pífia no Brasileiro. “Estranho seria se eles não protestassem. Um time como o Coritiba não pode aceitar passivamente a lanterna da competição. Só que nada mais podemos fazer a não ser trabalhar. E isso, posso assegurar, não tem faltado aqui”. O treinador revelou que após o jogo contra o Flamengo, já teve uma conversa com o presidente Vilson Ribeiro de Andrade, onde a continuidade da comissão técnica foi definida.
Para Roth, a vitória da última quarta-feira traz confiança ao elenco e a certeza de que é possível buscar uma guinada neste Brasileiro. “No futebol não basta apenas trabalhar técnica e taticamente. O imponderável faz parte do resultado. Erramos frente ao Flamengo e fomos punidos. Fizemos um jogo de maior segurança e saímos na frente diante do Vitória e acabamos recompensados”, analisou o técnico coxa-branca, que promete um time coeso para o jogo no Pacaembu. “Terei a possibilidade de escalar o Baraka, que vinha sendo importante até o jogo contra o Flamengo. Temos que ter um time seguro”, disse Roth.
Frente a Grêmio e Fluminense, fora de casa, o Coritiba partiu de uma coesão no meio-campo para criar situações ofensivas e pressionar os adversários. Venceu o Grêmio e por pouco não foi além do empate com o Fluminense. “Nosso grande entrave estava nos jogos no Couto Pereira. Espero que essa história esteja resolvida a partir do jogo frente ao Vitória. Fora de casa, vejo o Coritiba jogando muito bem e pronto para somar pontos”, arrematou o treinador, que ainda não poderá contar com Alex, mas terá a volta de Robinho ao meio-campo.