No futebol, a camisa 10 sempre foi envolvida com uma mística reservada a grandes nomes do mundo da bola. No cenário mundial, Pelé, Maradona e Zico puxam a fila de um timaço que sempre trouxe muitas alegrias à torcida. Nos clubes, não é diferente. A 10 costuma ficar nas mãos – ou melhor, nos pés – do jogador responsável pelas principais armações das jogadas que terminam em gols. Mas nem sempre os times tem a sorte de ter um atleta à altura.
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No Coritiba, ao menos, vem sendo assim. O ano era 2014. Na última rodada do Brasileirão, o meia Alex se despediu do futebol profissional na vitória por 3×2 contra o Bahia, que acabou rebaixado naquele ano. O adeus do jogador, ídolo revelado nas categorias de base, marcou também o fim de uma era: desde então, apesar das tentativas, o Coritiba não contou mais com nenhum jogador com as características do camisa 10. E, não à toa, desde então, o Alviverde não conseguiu mais brilhar em campo. Quase caiu em 2016, acabou rebaixado em 2017 e não conseguiu o acesso neste ano.
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Só em 2018, foram nada menos do que oito atletas testado nesta posição, mas que não conseguiram cumprir o papel de meia de armação, que municia os companheiros de ataque com bolas açucaradas. Quem mais teve chance de brigar por este posto foi o garoto da base Yan Sasse, que atuou em 31 jogos, metade deles como titular. Nestas oportunidades, balançou a rede apenas cinco vezes e ficou bem longe de ser o desejado garçom do Alviverde.
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Além dele, Chiquinho e Jean Carlos, contratados pra disputa da Série B, também ficaram devendo. O primeiro, que chegou mais perto do objetivo, se contundiu e voltou antes do tempo, que resultou em queda de produção. Já Jean Carlos não conseguiu repetir a regularidade de outros clubes pelos quais passou.
Passaram pelos testes da 10, ainda, Alisson Farias, ex-Brasil de Pelotas, Carlos Eduardo, ex-Paraná Clube, o prata da casa Kady, Thiago Lopes, também da base, e, por fim, Matheus Bueno, escalado pelo técnico Argel Fucks no finzinho da temporada, sem muitas chances de mostrar serviço.
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Antes deles, no início do ano, aposta era o meia Ruy, que voltou de empréstimo depois de conquistar o título da Série B pelo América-MG em 2017. No entanto, sob comando de Sandro Forner, não emplacou e acabou saindo do clube antes do começo da Série B. Enquanto Ruy estava no futebol mineiro, em 2017, a esperança se concentrou em Tiago Real, que adotou a 8, mas ficou muito aquém do sonhado meia de armação do Cori.
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Em 2016, o jogador que chegou mais perto de acabar com o martírio do Coxa em busca de um camisa 10 foi o meia Raphael Veiga, revelado nas categorias de base. Naquele ano, o atleta ajudou a salvar o time da queda pra Segundona, mas fez crescer os olhos do Palmeiras, que adquiriu os seus direitos federativos. Nesta temporada, o Alviverde viu seu ex-jogador brilhar com a camisa do rival Athletico, onde fechou o ano como campeão da Copa Sul-Americana. Graças ao sucesso, o atleta já teve seu retorno ao Palmeiras acertado.
Logo depois da saída de Alex, em 2015, o prata da casa Pedro Ken voltava ao time com a intenção de tomar conta da camisa 10, mas foi utilizado como titular apenas no início do Campeonato Paranaense e acabou deixando o clube pra acertar com o Vitória. De lá, seguiu para o Terek Grozny, da Rússia, e disputou a última temporada pelo Ceará.
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Depois, a tentativa foi com outro repatriado: o meia Lucio Flávio, revelado pelo Paraná e que já tinha tido passagem pelo Alto da Glória em 2002, quando disputou 25 jogos e marcou seis gols. A segunda passagem, no entanto, foi apagada, com 21 partidas como titular e nenhum gol marcado, nem mesmo de falta, sua especialidade.
Com tantos insucessos na buscar por um camisa 10, o pedido de ano da maioria dos torcedores coxas, certamente, será receber da diretoria um jogador que resolva a saga do setor de criação, tão carente nos últimos anos. Quem viver, verá!
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