Foram necessários as vaias da torcida, o pedido do gringo Nahuelpán e uma bela bronca no vestiário para o Coritiba acordar de um sono quase profundo no primeiro tempo.
O Alviverde precisava vencer o Atlético-MG para apagar o vexame da goleada sofrida no Rio de Janeiro e, apesar de todas as dificuldades, conseguiu os três pontos depois de virar a partida e vencer por 2 a 1.
E com direito a um golaço de Ricardinho e a uma ajudinha da arbitragem, que validou um gol em impedimento de Maurício. Mas isso faz parte do jogo e a torcida coxa voltou a sorrir com a vaga na Sul-Americana praticamente garantida.
O esquema 3-6-1 já não tinha dado certo no Rio de Janeiro contra o Flamengo, mas o técnico Dorival Júnior resolveu insistir para ver no que dava. E mais uma vez Keirrison ficou isolado no ataque e a maior força na meia-cancha não foi suficiente para criar boas jogadas e levar perigo ao gol de Juninho.
O goleiro atleticano, por sua vez, só teve trabalho num bom chute de Carlinhos Paraíba, e como o Coritiba mostrou que só iria ficar ciscando num gramado escorregadio, o Galo resolveu bater asas e ir mais para frente. Começou tímido, com um cabeceio aqui e um chute ali, até Renan Oliveira acertar um petardo na forquilha.
A torcida, que já estava irritada com o ritmo do time e com a falta de ousadia do treinador, resolveu pedir a entrada de mais um atacante. “É, Ariel!” Não demorou para a ira da galera cair também sobre a cabeça de Júnior. “Fora, Dorival!”
E ele resolveu agir para o segundo tempo, acatando o pedido das arquibancadas, trocando João Henrique por Nahuelpán, mas também trocou Bernardi por Bilu, um zagueiro/volante por um volante/meia. Piorar o que estava ruim era impossível, mas as mudanças trouxeram uma vida que o time não tinha e garantiram o abafa para cima dos mineiros.
Mas a vitória não veio fácil. O ala-esquerdo Ricardinho tirou da cartola um petardo de pé direito e devolveu o golaço sofrido. Até Keirrison apareceu mais e mandou uma bola na trave, mas o Coritiba contou com colaboração extra para vencer.
Primeiro, o técnico Marcelo Oliveira trocou um atacante por um meia e chamou a pressão. Depois, numa cobrança de falta, Maurício estava em impedimento, mas a arbitragem não marcou nada. E o lance era em dois toques e o goleirão Juninho resolveu ajudar também e deixou a bola nos pés do zagueiro, que só tocou para a rede e definiu o marcador.