Em silêncio durante quase todo o primeiro turno da Série B, a diretoria de futebol do Coritiba fez, na última terça-feira, um balanço da participação do clube na primeira parte da competição nacional. O diretor de futebol, Augusto de Oliveira, e o gerente, Pereira, trouxeram à tona a realidade dura do Verdão na segundona. Para eles, faltou vontade, encarar de fato o espírito dessa competição e também um maior acerto nas contratações nesta temporada.
“O Coritiba sempre teve o histórico de ser um time competitivo, tanto que sua marca registrada em alguns produtos foi de alma guerreira. Essa identidade, vontade, desejo, entrega dos atletas que vestem a camisa do Coxa, em algumas partidas na Série B acabaram deixando a desejar. Em alguns momentos funcionou bem, eles deram resultado. Mesmo tendo funcionado, acabamos pecando pela falta de entrega, imposição, competitividade, que sempre fez do Coritiba um time aguerrido. Esse comportamento tem sido cobrado”, apontou Oliveira.
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O Coritiba, na verdade, apesar de ter entrado no oitavo mês do ano, ainda é um time em construção. Muito pelo planejamento arriscado feito pela diretoria que, nos primeiros quatro meses do ano, não investiu no futebol e apostou nos jogadores subindo das categorias de base. Poucos deram a resposta esperada e, assim, a diretoria alviverde precisou correr atrás do prejuízo, trouxe novos reforços, mas poucos deram a resposta esperada.
“Jogamos o Estadual com o Sub-23. Tivemos que remontar a equipe e ver quais atletas teriam a condição de sustentar uma posição em uma Série B e buscamos contratações pontuais. Isso requer tempo. Não é fórmula mágica. Chegar, entender o processo, tem a cidade, o sistema. Alguns vão sentir e não vão conseguir jogar no Coritiba”, avisou Pereira.
A diretoria parece ter se atentado a dura realidade da Série B. Por isso, tomou algumas medidas e afastou o volante Simião e o atacante Alecsandro do grupo. Novos reforços devem chegar nos próximos dias. Segundo Augusto de Oliveira, o clube desistiu oficialmente de trazer o lateral-esquerdo Romário, que pertence ao Santos e está no Ceará, mas o atacante Guilherme, que está na Chapecoense, está perto de acertar com o Verdão.
Ter esse cuidado na hora de contratar é uma das metas da diretoria alviverde. Errar é praticamente proibido. Isto porque, até agora, muitos jogadores chegaram e poucos deram certo. Alguns mal entraram em campo e o lateral-direito Carlos César, por exemplo, apresentado em março, ainda sequer estreou pelo time coxa-branca. Mesmo diante dessa constatação, Augusto de Oliveira não acredita que é momento para terra arrasada no clube.
“Não tem como contratar 17 jogadores e os 17 serem titulares. Só jogam 11. Ainda têm os remanescentes, os que voltaram de empréstimo. O Eduardo Baptista acredita muito nesses jogadores e que criaram uma sinergia importante que levou o clube à final do Estadual, a terceira fase da Copa do Brasil e que está a dois pontos do G4. Não é terra arrasada. O torcedor tem direito de cobrar”, pontuou Oliveira.
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Para ele, a oscilação vista no primeiro turno do Coritiba terá que acabar a partir de agora. Augusto de Oliveira espera que o time coxa-branca, na reta decisiva da Série B, potencialize seu desempenho como mandante e consiga, sobretudo, melhores resultados quando jogar fora do Couto Pereira.
“A oscilação incomoda. Isso acontece nos jogos fora e aconteceu em dois jogos em casa, onde acabamos empatando. Buscar a regularidade é um ponto chave na Série B para o segundo turno, onde 77% de rendimento em casa nos credencia a estar no G4 no final da competição, mas 23% de aproveitamento fora nos deixa realmente em oitavo. Pontos importantes escaparam. Tomaram uma pontuação importante, onde deixaria o Coritiba no G4, que é o lugar que tem a obrigação de estar”, arrematou o dirigente alviverde.