O time do Coritiba promete entrar em campo amanhã e aplaudir os torcedores pelo apoio ao longo da desgastante temporada de reconstrução. Dois deles receberão um aplauso especial.
Francisco Rezende e seu filho Matheus acompanharam o Coxa durante toda a campanha da equipe na Série B, e são considerados símbolos do acesso. O menino, inclusive, foi apelidado de “talismã” por alguns jogadores, ganhou gol na terça-feira em São Januário e todos já querem que ele continue acompanhando o Coxa na Série A pelos próximos anos, para dar sorte. “
A gente sabe que durante a temporada vários torcedores acompanharam a equipe. Mas o caso do Francisco e do Matheus sintetiza o que é o sentimento do torcedor”, aponta o técnico Ney Franco.
Para o treinador, esses dois são mais que especiais. “Quando eu vejo essa possibilidade de o torcedor do Coritiba comemorar, me vem à cabeça a imagem desse pai e desse filho, que rodaram com a gente o país inteiro e eles representam o que é para mim o verdadeiro torcedor do Coritiba”, completa Franco.
Dono de uma confeitaria em Campina Grande do Sul, na região metropolitana de Curitiba, Francisco Rezende revela que a ideia de acompanhar o Alviverde partiu do filho.
“O Matheus é muito pequenino e começamos indo somente ao Couto. Um dia falamos em viajar e não paramos mais. Começamos em 2008, mas desde a semifinal da Copa do Brasil, em 2009, contra o Internacional, temos ido a todos”, relembra o torcedor.
Segundo ele, algumas dessas viagens viraram epopeias. “É uma aventura. Em Brasília, contra o Brasiliense, parecia que tinha lixo de um ano. Em Ipatinga, só tinha a gente de torcedor do Coritiba”, diz Rezende.
De tanto acompanhar a equipe, a presença dos dois não passou desapercebida. “O Matheus se tornou um talismã para os jogadores. Se perguntarem dele para os jogadores vão dizer que ele é o pé de coelho do time”, brinca o torcedor
Para alegria dos jogadores e comissão técnica, eles não são do tipo corneteiros. “Conversamos com todos sobre tudo, menos futebol. Vamos para torcer. Se perdemos, ficamos chateados; se ganhamos, comemoramos”, afirma Rezende, que conta com o apoio da esposa Mariane nos dias ausentes na confeitaria para viajar com o filho Brasil afora.
Ele também avisa que não recebe nenhuma ajuda do clube e nem quer. “É tudo por nossa conta. A gente gasta com hotel, passagens e alimentação. Perguntam como fazemos isso, e respondo que damos um jeito”, completa o torcedor, que já aprendeu a usar programa de pontos de cartão de crédito e companhias aéreas para pagar menos.