Enquanto o Coritiba enfrentava o Bragantino terça-feira, em Joinville, a nação alviverde perdia o ex-presidente, ex-diretor de futebol e ex-jogador do clube Aryon Cornelsen, 89 anos. Idealizador do Couto Pereira como se conhece hoje, foi ele quem viabilizou o início da construção das arquibancadas, usando a criatividade e desenvolvendo sorteios que mobilizaram os torcedores para ajudar a erguer o “gigante de concreto armado”.
Cornelsen foi também um clecionar de títulos enquanto presidiu o Coritiba. “Eu só não fiz mais pelo Coritiba porque não me deixaram. Mas tenho certeza que não medi esforços para fortalecer o clube”, disse Aryon, ao ser homenageado no ano passado, nas comemorações do centenário alviverde. Ele não escondeu a felicidade no tradicional jantar aos ícones do clube. “Estou muito feliz essa noite, minha família está presente vivendo esse momento. Agradeço a todos”, apontou. Uma nova homenagem estava sendo desenvolvida, mas não foi concluída em vida. Um grupo de torcedores elaborava uma bandeira exclusiva para Aryon, nos mesmos moldes de outros ídolos.
Nascido no dia 3 de maio de 1921, começou a vida no Coritiba ainda no infantil, aos 11 anos, e participou da inauguração do estádio Belfort Duarte (atual Couto). Na equipe principal, a estreia aconteceu em 1940 e participou como jogador da inauguração do Pacaembu. Entre idas e vindas, e a formação em direito, Aryon acabou encerrando a carreira de futebolista aos 28 anos, mas continuou ligado ao clube e voltou como diretor de futebol. Ele sempre privilegiou a formação de equipes técnicas. Em 1956, foi eleito presidente do Coxa e ficou no cargo até 1963. Depois disso, atuou no conselho deliberativo.
Enquanto esteve na principal cadeira no Alto da Glória, não só foi campeão paranaense em 1956, 1957, 1959 e 1960, como desencadeou a moderna construção do estádio juntando dinheiro através da loteria “Bolão Esportivo”. Ele ainda é considerado o ex-dirigente com um das melhores média de conquistas enquanto esteve no poder. Pelo falecimento, o Coritiba decretou luto oficial por três dias.