O departamento jurídico do Coritiba tenta hoje se defender das acusações que o clube sofreu por causa das invasões de campo e confusões ocorridas no Estádio Couto Pereira, logo depois da partida contra o Fluminense, na última rodada do Brasileirão de 2009.
O julgamento ocorre às 17 horas, no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), no Rio de Janeiro. O Coritiba é acusado de não cumprir os artigos 211, 213 e 233 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva, relacionados com a responsabilidade do clube sobre questões de segurança.
O procurador-geral do STJD, Paulo Schmitt, pediu como punição a perda de 30 mandos e multa de R$ 620 mil. José Mauro Couto Filho, vice-presidente jurídico do Botafogo, será o advogado responsável por liderar a defesa do Coxa no Rio de Janeiro.
Durante coletiva de imprensa realizada ontem no escritório do jurista René Dotti, o ex-diretor jurídico do Coritiba na época de Evangelino Costa Neves, e que compõe o grupo de advogados coxas, traçou a estratégia de defesa para o julgamento de hoje: retirar, ou amenizar, a responsabilização do Alviverde pelos incidentes.
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René Dotti, reforço jurídico. |
“O Coritiba é vítima de um crime passional. O apaixonado não podendo ter o objeto amado, o destrói”, explica Dotti, relacionando a invasão com a fúria de pessoas revoltadas com o rebaixamento.
Uma relação de três documentos faz parte do início da linha de defesa coxa-branca no STJD. O objetivo é mostrar que o clube havia tomado medidas preventivas para conter possíveis distúrbios após o jogo, supostamente orquestradas por torcedores organizados.
Um ofício do clube protocolado na Secretaria de Segurança Pública do Estado do Paraná três dias antes da partida, além de relatórios relacionados ao aumento de seguranças contratados pelo Coritiba, fazem parte do material a ser apresentado.
Segundo o diretor jurídico do Coritiba, Gustavo Nadalin, o clube não pode ser responsabilizado por um crime que não cometeu. “Como instituição, não temos poder de polícia. Nosso papel está sendo cumprindo a partir do momento que tomamos medidas preventivas e também estamos colaborando para identificação e prisão dos envolvidos”, afirma.
Interdição do Couto
O jurista René Dotti complementou ressaltando sobre a atual interdição do Estádio Couto Pereira, que para ele vai contra os direitos elementares das pessoas. “Não se pode interditar o local por um crime ocorrido nele. É um atentado contra o direito de lazer do torcedor que não esteve nos incidentes. É o mesmo que interditar uma rua, caso nela ocorra algum tipo de violência”, conta.
