Uma reunião hoje à tarde no Ministério Público do Paraná poderá selar um acordo para a volta formal da torcida Império Alviverde às arquibancadas do Couto Pereira.
A organizada tem participado normalmente dos jogos do Coritiba, sem caracterização, mas quer voltar a estender uma faixa e entrar uniformizada nas arquibancadas do Alto da Glória. Para isso, promete realizar novo cadastro e se ajustar ao que pede o MP.
O clube, no entanto, só aceita a liberação do material da IAV se todos os órgãos responsáveis pela segurança se comprometerem realmente em cada um fazer a sua parte.
“Creio que para esse primeiro jogo estaremos com a faixa e com a bateria e a volta mesmo após o cadastramento. Esse acordo é um termo de ajustamento de conduta (TAC) em que foram sugeridas várias alterações pelo MP como estatuto, músicas e comandos”, revela Luís Fernando Corrêa, o Papagaio, presidente da Império.
De acordo com ele, a torcida organizada não foi responsabilizada pela invasão ao gramado no dia 6 de dezembro e não há porque se manter a proibição. “É inconstitucional”, diz o torcedor. Por isso, ele quer a IAV de volta. “No processo da invasão ficou provado que não foi ato dela”, aponta.
Segundo Papagaio, faltou segurança e o vandalismo não foi provocado pelas roupas que cada um vestia naquela momento. Por isso, ele não vê motivo para alguém temer algo de ruim no sábado.
“O que aconteceu foi uma tragédia e eu, inclusive, falei com autoridades para reforçar a segurança. A torcida está indo, quem viaja é a Império e não vejo motivo para quem acha que vai voltar a violência”, diz.
Para o presidente da IAV, os órgãos competentes precisam agir mais. “Essas pessoas que forem presas e provocam tumultos, que sejam punidas”, pede Papagaio.
No clube, a boa vontade da organizada é bem recebida. “É o início de uma conversa com a Império, com o MP e o clube vai exigir a presença de todos os órgãos de segurança (PM, Tribunal de Justiça, Polícia Civil, Guarda Municipal, etc) com o comprometimento de cada um com a sua responsabilidade e quem não cumprir que seja punido”, avisa Gustavo Nadalin, diretor jurídico do Coritiba.
De acordo com ele, o Alviverde está mais visado e precisa se cuidar. “A gente não pode correr mais riscos porque vamos estar sendo observados pelo Brasil inteiro”, justifica Nadalin.
O diretor, inclusive, cita um exemplo do que aconteceu na Arena Joinville. “Um fotógrafo invadiu o campo, foi expulso, detido pelos seguranças, julgado e não pode frequentar os jogos do Coritiba por três meses. No Couto, se detivermos alguém e encaminharmos para a PM, quem vai julgar?”, questiona.
Por isso, se as autoridades não estiverem no acordo, nada feito. “Sem ajuda não temos como proibir que vândalos comprem ingresso e entrem no estádio”, finaliza Nadalin.