Menos ousado

Coritiba muda projeto do novo Couto, tira teto retrátil e definição caberá a conselheiros

Foto: Marcelo Andrade

O projeto do Coritiba para ter um novo Couto Pereira, aos poucos, vai sofrendo modificações. Se antes a ideia era uma casa completamente nova, construída do zero, com a exigência do teto retrátil, a situação agora já é bem diferente. Os conselheiros do Coxa não viram com bons olhos a demolição completa do atual estádio e defendem apenas a reforma da casa.

Internamente, defensores da reforma sustentam que a obra custaria somente 10% dos valores especulados para construção de um novo estádio. Com isso, segundo os idealizadores, o Coritiba não precisaria recorrer a empréstimos para a construção. A avaliação alviverde é de que a maioria dos clubes que construiu estádios novos no país recentemente está endividada e com dificuldade de tornar suas casas rentáveis.

O presidente Rogério Bacellar, inclusive, admitiu que caberá ao Conselho Deliberativo do clube a palavra final sobre o novo Couto Pereira.

“A reforma do Couto Pereira é viável? Vamos ver. Tudo isso é um estudo que está sendo feito pelo Conselho Deliberativo, pela comissão de patrimônio, e com o Alceni (Guerra) do outro lado. O Deliberativo vai analisar qual o melhor projeto e qual o melhor custo-benefício”, argumentou Bacellar, na manhã desta quarta-feira (23), no CT da Graciosa.

Existem duas correntes no Coxa. A primeira, liderada pelo vice-presidente Alceni Guerra, defende a demolição total da atual praça esportiva e construção de uma inteiramente nova. A segunda, defendida pela maioria dos conselheiros, sustenta a reforma do atual estádio, com custos menores para o clube.

“Se for reformar o Couto ou se construir um novo estádio. Mas isso não é da minha gestão, é da próxima gestão”, prosseguiu o cartola, cujo mandato no Coritiba termina em dezembro deste ano. Bacellar, por sua vez, já assegurou que não concorrerá à reeleição.

O Coritiba aguarda as definições da nova Lei de Zoneamento de Curitiba para apresentar oficialmente um projeto de ampla reforma do estádio Couto Pereira. A ideia inicial, de demolição completa e construção de uma nova casa, não foi bem recebida pela maioria dos conselheiros do Coxa e perdeu força no clube.

Rogério Bacellar e Alceni Guerra estiveram reunidos com o prefeito Rafael Greca na segunda-feira (21) para tratar da nova legislação e fazer requisições que ajudem o clube em seu projeto. O Coxa defende alterações em relação à região do Alto da Glória, onde fica o Couto Pereira, visando às obras futuras do estádio.

Uma das principais apostas do Coritiba é a construção de um edifício no espaço onde hoje fica o estacionamento do Couto Pereira, ao lado da churrascaria. A construção poderia virar um hotel ou outro empreendimento comercial.

Outros pontos anexos ao estádio também poderiam ser alugados para comércio. No entanto, tudo isso ainda depende da nova Lei de Zoneamento da cidade. O clube, por sua vez, trabalha com um plano diretor, no qual a reforma seria conduzida por partes, de acordo com os recursos financeiros disponíveis.

Teto retrátil

Outra mudança diz respeito à exigência de teto retrátil. Inicialmente, a diretoria exigiu a estrutura em todos os projetos apresentados. Este cenário mudou. O projeto de reforma prevê um Couto Pereira com todas as arquibancadas cobertas, mas sem o teto retrátil.

Inspiração no Maracanã

O Coritiba trabalha com mais de um esboço de reforma do Couto — o projeto final dependerá das definições da nova Lei de Zoneamento de Curitiba, a qual o clube acredita que deverá ser votada dentro dos próximos três meses, assim como da viabilidade financeira.

A opção com mais força é buscar inspiração na reforma do Maracanã para a Copa do Mundo de 2014: aproximar as arquibancadas do gramado e abolir os anéis, erguendo uma estrutura única que vá do primeiro ao último lance de arquibancadas.

 

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