O Coritiba mostrou no sábado que tem capacidade para sair das últimas colocações do Campeonato Brasileiro. Não que será fácil, mas que é possível tirar mais da equipe que venceu apenas três dos últimos 21 jogos. O empate com o Bahia em 1×1 pode ser definido em três lances, que escreveram a história de uma partida tensa, temperada pela mágoa e que mostrou como será a briga para fugir do rebaixamento.
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A tendência é que esses confrontos diretos sejam muito mais “elétricos” que a luta pelo título e mesmo pelas vagas na Libertadores. Isto porque o impacto de um rebaixamento é muito maior para um clube – impacto negativo, claro. O que se viu na Fonte Nova foi um duelo cheio de choques duros, de discussões, de reclamações com a arbitragem.
Vem daí o primeiro lance que explica o Bahia 1×1 Coritiba de sábado. Ainda com o jogo zerado, Tiago Real lançou Henrique Almeida, que tirou a bola do alcance do goleiro Jean. E foi tocado. Dentro da área. Pênalti que o sempre confuso Péricles Bassols Pegado Cortez não marcou. Uma jogada decisiva não só para o jogo mas para o destino alviverde no Brasileirão. Que só acirrou ainda mais os ânimos dos dois times.
Se havia alguém que não precisava de qualquer motivação, era Zé Rafael. O meio-campista, um dos protagonistas do segundo lance capital do jogo, tinha deixado claro na semana passada que enfrentar o Coritiba tinha um gosto especial. “Não é aquela ansiedade. Mas todo mundo sabe que fica um pouco de mágoa”, afirmou ele, que reclama não ter tido espaço no Coxa. Cheio de vontade, Zé chegou a dizer que a vitória do Bahia “afundaria um adversário”.
E ele é adorado pela torcida baiana justamente por essa vontade, que o levou a marcar o gol dos donos da casa no finalzinho do primeiro tempo. Foi uma falha gritante do outro protagonista do lance, o zagueiro coxa Werley, que tentou recuar com o peito para Wilson. Zé Rafael aproveitou a jogada, dividiu com o goleiro alviverde e a bola entrou. A comemoração do meia foi com os olhos, como se ironizasse algum “chororô”.
O Coritiba tinha uma atuação regular, bem melhor que nas partidas contra Atlético e Botafogo. Mas novamente cometia um erro decisivo. Perder o jogo seria um golpe fortíssimo para a equipe, até por toda a mobilização alardeada durante a semana. Foi aí que surgiu o personagem do terceiro lance decisivo da tarde de sábado, o atacante alviverde Rildo.
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Ele era o único jogador que conseguia vencer a marcação do Bahia nas jogadas em velocidade. E vinha minando o jovem Everson, improvisado na lateral-direita. Por isso, quando no segundo tempo Anderson lançou Léo, o camisa 11 se posicionou por trás do jogador baiano. O cruzamento do lateral coxa veio exatamente onde Rildo esperava, nas costas de Everson. E o toque foi preciso – o que vem sendo raro nas finalizações alviverdes. Empate que traduziu mais o que aconteceu em campo.
E que permite ao Coxa ter uma parada para as Eliminatórias da Copa do Mundo um pouco mais sossegada – e para uma nova mobilização, já a cargo do consultor Evandro Mota, para a partida do dia 11 contra o Corinthians, em São Paulo. As boas atuações de Wilson, Cléber Reis, Alan Santos e Rildo, a vontade de Tiago Real e a participação importante de Anderson aumentam a esperança do torcedor. Mas ainda falta muito. E ainda falta vencer.