Bipolar?

Coritiba luta pela Libertadores, mas também pra ser um time mais confiável

Enquanto Jorginho comemora, William Matheus lamenta. Foto: Carlos Costa/Estadão Conteúdo

No momento em que chegou ao Coritiba, o técnico Marcelo Oliveira falou que a prioridade era que o time saísse do risco de rebaixamento para que, estabilizado, lutasse por uma vaga na Libertadores de 2018. Com o equilíbrio do Campeonato Brasileiro, essas duas disputas estão muito próximas, ao alcance de uma vitória – ou de uma derrota. E aí surge o grande desafio do treinador, quatro partidas após assumir o cargo. Com duas vitórias e duas derrotas, ficou evidente para Marcelo que o Coxa ainda não é um time confiável. A mesma equipe que mostra um espírito guerreiro que impressiona na vitória sobre o São Paulo pode decepcionar profundamente, como foi no sábado na derrota para o pior time do campeonato, o Atlético-GO.

Após a partida, Wilson deu um resumo claro da atuação do Coxa no estádio Olímpico Pedro Ludovico, em Goiânia. “Antes do gol, eu vinha chamando atenção de todo mundo que não estava bom, a equipe estava doida para tomar o gol”. E foi isso mesmo. Por mais que o clima atrapalhasse, o Coritiba tinha total capacidade para superar o Dragão, que não tinha apoio do torcedor (pouco mais de mil pessoas pagaram ingresso para assistir à partida), vinha de apenas 12 pontos conquistados no primeiro turno e até então tinha vencido só dois jogos em casa.

Foi essa equipe que tentou desde o início do jogo vencer a partida. Não que tenha dominado ou levado perigo a Wilson. Tirando Jorginho e Niltinho, os dois jogadores que melhor rendiam nos donos da casa, o risco era pequeno. Havia muita vontade no Atlético-GO e pouca qualidade. Sem contar na melancólica situação de Walter, um desperdício de talento que hoje tem dificuldades para até dominar uma bola. O Coxa? Tinha espaço para jogar, principalmente com Alan Santos e Matheus Galdezani, mas só era mais efetivo nas bolas paradas com Thiago Carleto.

No segundo tempo, parecia que enfim o Coritiba tinha se tocado que era possível vencer. Marcelo Oliveira tinha acabado de colocar Neto Berola para aumentar o poder ofensivo quando um lance de lateral definiu o jogo. Todo o sistema defensivo errou, Márcio foi driblado por Jorginho e o chute do camisa 10 do Dragão entrou após passar por baixo das pernas de Wilson. “Levamos mais um gol de desatenção. Nós não cuidamos e demos espaços para o Jorginho marcar o gol”, reclamou o técnico alviverde.

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E aí o time eficiente, que definiu as vitórias sobre São Paulo e Chapecoense sem precisar de muitas oportunidades, não conseguiu sequer criar chances. Um rendimento bem abaixo do que o Cori já apresentou no Brasileiro – e do que precisa apresentar para lutar por uma vaga na Libertadores. Não foi à toa que o sentimento geral foi de irritação pela baixa produção. Mas Marcelo Oliveira mantém o otimismo. Pensa no jogo do domingo que vem contra o Santos e acredita que tudo será diferente. “ Erramos muito lançamentos, coisas simples de jogo, mas estou otimista de recuperação em casa. Espero que a gente possa ser forte”, finalizou.

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