Começa hoje a era do técnico Jorginho no Coritiba. O treinador de 55 anos, tetracampeão mundial com a camisa da seleção brasileira e passagens sem destaque pelos clubes que comandou, terá um desafio gigantesco pela frente. Será de Jorginho a missão de reconduzir o Coxa para a primeira divisão em uma temporada decisiva para o futuro do Verdão.
O principal desafio do técnico Jorginho a toque de caixa é recuperar a confiança do elenco do Coritiba. Terá, até o duelo de sábado, contra o América-MG, no Couto Pereira, poucos dias para isso. Recentemente, quando sustentou uma invencibilidade de dez partidas e chegou a brigar pela liderança da segunda divisão, o time parecia que em breve passaria a contar as rodadas para confirmar seu retorno à Série A de 2020.
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Mas, não foi o que aconteceu. O Coritiba entrou em uma crise técnica que parece não ter fim. Custou, no último sábado, a demissão do técnico Umberto Louzer. Assim, Jorginho chega com o time fora do G4 e em decadência na competição nacional. Já são seis jogos sem vitórias e quatro derrotas consecutivas acompanhadas de apresentações ruins.
Jorginho é um técnico marcado por ser um comandante de vestiário. Motivador por natureza, o novo treinador será fundamental na reconquista da confiança do elenco de que é possível lutar pelo acesso à primeira divisão na sequência da Série B deste ano. Ele virá acompanhado do auxiliar Luiz Fernando Iubel, que já trabalhou em outras áreas no Coxa há alguns anos e, no que diz respeito à parte tática, é a cabeça pensante da dupla.
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“O Jorginho faz o estilo paizão. Ele tem um auxiliar muito estudioso, o Luiz Fernando Iubel, que monta a estrutura tática das equipes. Tanto que o Gilson Kleina, que o substituiu na Ponte Preta, está tendo muitas dificuldades dentro do vestiário, porque os atletas citam o Jorginho até hoje por lá. É a principal característica dele”, apontou Júlio Nascimento, repórter da Rádio Bandeirantes de Campinas.
Dentro desse contexto, Jorginho traz a religião como algo preponderante nos seus trabalhos de vestiário. Na Ponte Preta, 70% do elenco era evangélico, assim como o treinador. No Coritiba, boa parte do grupo também participa dos cultos e dos encontros durante a concentração para as partidas. “Publicamente, o Jorginho admite que é muito religioso. Na Ponte Preta, grande parte do elenco era cristão. O Jorginho dominava ainda mais o vestiário por isso. Era como uma espécie de guru espiritual e ele tinha uma facilidade de aproximação muito grande”, emendou.
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Dentro de campo, o técnico Jorginho e sua nova comissão terão que dar uma nova cara para o Coritiba. O esquema de Umberto Louzer, nas últimas partidas, parece ter ficado ultrapassado e de fácil marcação para os adversários. O Coxa tornou-se um time sem repertório e, junto com a carência de peças de algumas posições, caiu assustadoramente de produção e na classificação da segunda divisão.
Terá também que fazer alguns jogadores renderem mais do que nas últimas rodadas, especialmente do setor ofensivo, que foi o ponto forte do Coritiba em grande parte desta Série B.