Quando assumiu a vice-presidência do Coritiba, em janeiro de 2010, o atual presidente Vilson Ribeiro de Andrade tinha como um dos seus objetivos profissionalizar o departamento de futebol do Alviverde. Os números, os títulos e as campanhas regulares do Coxa provam que o dirigente atingiu sua meta. A fórmula adotada, segundo Vilson, é criteriosa: os jogadores que interessam ao clube são analisados por um ano por uma comissão de profissionais liderada pelo superintendente de futebol do Alviverde, Felipe Ximenes. “Temos uma equipe de cinco profissionais comandada pelo Felipe que analisa, durante um ano, jogadores que poderão reforçar o Coritiba. Os atletas são avaliados tecnicamente e fisicamente e essa comissão faz scouts de todos os jogos. O fator extraquadra também é analisado durante esse período”, explica.
Desde que chegou ao Coritiba, Andrade implantou sempre a política de “pés no chão”. Fazendo times bons e sem grandes custos, o presidente do Alviverde criticou a forma de trabalhar de alguns clubes, que para ele, são responsáveis pela inflação que toma conta do futebol brasileiro. “O futebol brasileiro vive uma bolha inflacionária. Tem times que estão sonhando com o dinheiro da Copa do Mundo de 2014 no Brasil e outros que já gastaram a verba da televisão de 2013. Estão pagando absurdos para técnicos e jogadores. Eles perderam o juízo”, disparou, completando que no Coxa quem define a contratação é o departamento de futebol. “O doutor Macedo [José Fernando] e eu não trazemos nenhum jogador. Avaliamos apenas a condição financeira e o fluxo de caixa do clube para viabilizar a contratação”, conta Andrade.
O presidente alviverde ressalta ainda que um planejamento bem sucedido durante uma temporada depende, na maioria das vezes, da manutenção da comissão técnica. O presidente coxa-branca confirmou que em 2011, mesmo com a boa campanha do time, houve pressão por parte da torcida para a saída de Marcelo Oliveira do comando técnico do Alviverde. “Temos que ter equilíbrio em diversos momentos. Mesmo com esse belo ano que realizamos em 2011, o torcedor pediu em alguns momentos a saída do Marcelo Oliveira. Isso aconteceu também no ano anterior quando o técnico era ainda o Ney Franco”, lembrou.