Não é nenhuma novidade falar que o ano do Coritiba foi caótico: fracassos em todas as competições que participou, troca-troca de técnicos, contratações ruins (inclusive de dirigentes) e, a “cereja do bolo”, um presidente que era visto como a salvação e agora pode sofrer um processo de impeachment. O ano que começou ruim, com a derrota para o rival na final do Campeonato Paranaense, está terminando ainda pior refletindo toda a bagunça que foi a temporada.
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Longe de ser uma unanimidade, o presidente Samir Namur não conseguiu impedir, mesmo depois de diversas entrevistas à imprensa garantindo que há um planejamento sólido para 2019, que um grupo de conselheiros protocolasse, na manhã de ontem, um pedido de Assembleia Geral Extraordinária com os sócios para discutir a destituição de Namur do cargo. Era necessário que 80 conselheiros assinassem o pedido para seguir o protocolo e 87 conselheiros – dos 243 aptos – formalizaram o documento pedindo a saída de Namur. O mandatário assumiu como presidente no dia 17 de dezembro de 2017, depois de uma acirrada corrida eleitoral.
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A possibilidade de impeachment é o estopim de uma situação que vem se arrastando há meses, com a insatisfação da torcida, que fez diversos protestos diante dos rumos que o mandatário tem direcionado ao Coritiba.
Mudanças
O início da semana trouxe outras movimentações nos bastidores do Coxa. No mesmo dia em que os conselheiros deram entrada no processo para debater a saída de Samir, o auxiliar Tcheco e outros profissionais da comissão técnica foram demitidos e Rodrigo Pastana, ex-Paraná Clube, foi oficialmente confirmado como novo diretor de futebol. Profissional da comissão técnica permanente do clube, Tcheco comandou o time interinamente em oito partidas na disputa da Série B do Campeonato Brasileiro, nas saídas de Sandro Forner e Eduardo Baptista.
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Enquanto alguns se despedem, Pastana chega com uma responsabilidade bem clara: montar um elenco competitivo com uma verba limitada. O objetivo será, desta vez, brigar com chances reais pelo acesso à Série A. O responsável pela tarefa tem em seu currículo uma experiência de sucesso. Pastana conseguiu o mesmo feito com o Paraná Clube, na temporada 2017, quando montou um elenco com cerca de R$ 460 mil mensais e foi determinante para que o Tricolor retornasse à elite do futebol após dez anos. No Coxa, a verba será maior, mas ainda assim, o trabalho será desafiador, já que de um ano para o outro, houve uma redução drástica na receita do clube.
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“O ano de 2019 tem um cenário de queda de receita para muitos clubes, sobretudo para o Coritiba, que encerra o contrato com a Rede Globo. O Coxa trabalhou 2018 com queda na receita bruta, pois perdemos patrocínio, perdemos sócios. Para 2019, projetamos uma receita de R$ 46 milhões, o que representa a diminuição de mais de 50%”, explicou o presidente em entrevista à Rádio Banda B na semana passada.
Apenas cumprindo tabela, o Coxa tem um único jogo para fechar a desastrosa temporada. Nesta sexta-feira, recebe o campeão Fortaleza no Couto Pereira. A partida tem início às 19h30.
O tempo já está correndo para o Coritiba e uma próxima temporada diferente depende das decisões tomadas agora. Com urgência.
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