Nem volta olímpica, muito menos caminhão de Corpo de Bombeiros ou desfile pela cidade. O Coritiba já decidiu que se for campeão amanhã, na Arena da Baixada, irá fazer uma festa bem discreta. Receberá o troféu no campo, como reza o regulamento do Campeonato Paranaense, e deixará para comemorar para valer somente no Couto Pereira, com a própria torcida.
A medida foi tomada pelo vice-presidente Vilson Ribeiro de Andrade. Tudo para evitar ao máximo qualquer tipo de atrito, a fim de que não se repitam as barbaridades que torcidas organizadas vêm causando até em compra de ingressos.
“Acontecendo vitória ou o empate, a nossa decisão é trazer os nossos jogadores para o estádio Couto Pereira e qualquer atividade que tiver será no Couto Pereira”, avisa o dirigente.
Ele adianta que o clube irá colocar três telões no Alto da Glória para sócios. Caso aconteça a conquista, os portões serão abertos para a torcida em geral fazer a festa.
“Temos que preservar a segurança e o respeito à torcida do adversário. Sendo bicampeões, vamos comemorar, mas com paz, com a família, com os torcedores dentro do Couto Pereira”, reitera Andrade.
Para ele, é preciso preservar e valorizar mais o clássico pelo que vai acontecer apenas dentro de campo, e na bola. “É o jogo mais importante do futebol paranaense e acredito que o Atletiba tem que ser valorizado. Os dois lados têm grandes jogadores e qualquer resultado é normal, seja vitória, empate ou derrota”, aponta.
No entanto, com as brigas e confusões na venda de ingressos, tanto no Couto quanto na Baixada, forçam o Coritiba a mudar de postura em caso de conquista. “Essas são as minhas instruções específicas para o departamento de futebol. Nós vamos comemorar [o título] dentro do Couto Pereira”, afirma Andrade.
Mesmo assim, o vice-presidente lamenta a atitude dos vândalos. “São poucos, mas esses poucos denigrem a imagem do Coritiba, do Atlético e do Paraná. Eu fico entristecido e, às vezes, repenso o futebol. Nós que temos a boa intenção de construir um futebol forte, um futebol profissional, não podemos conviver com maus elementos e verdadeiros marginais”, analisa.
Para ele, as próprias organizadas deveriam expulsar os maus elementos. “A grande torcida, tanto do Coritiba quanto do Atlético, são pessoas de bem e vão por amor, por paixão. Esses marginais infiltrados dentro dessas torcidas deveriam ser banidos pelas próprias torcidas”, sugere.
Segundo o dirigente, mesmo com as arquibancadas sem faixas e a proibição de camisas identificando as uniformizadas, ainda há confusão e baderna. “Dentro do Couto Pereira eu coloquei seguranças porque eles (os organizados) não deixam as pessoas em paz. Em vez de torcer, eles ficam fazendo aqueles gritos de guerra, de violência e nós estamos trabalhando muito para conscientizar” finaliza o vice-presidente.