Após a péssima largada no Brasileirão, o técnico Eduardo Barroca está na berlinda no Coritiba. O revés contra o Flamengo, no último sábado (15), terceiro nas três primeiras rodadas, afundou o time na lanterna e colocou ainda mais pressão sobre o treinador.
Enquanto parte da torcida pede mudanças imediatas, a diretoria resolveu bancar Barroca. Pelo menos por enquanto. Confira cinco desafios que o treinador do Coxa precisa superar para sobreviver no cargo.
Tabela: confira a classificação do Brasileirão 2020
A paciência da torcida do Coritiba está esgotada
O descontentamento generalizado da torcida é um dos principais pontos contra Barroca. Apesar dos coxas-brancas reconhecerem que o elenco montado por Rodrigo Pastana é limitado para a Série A e que os jogadores estão devendo, o trabalho do treinador também é contestado.
Além dele, os torcedores pedem a cabeça do próprio Pastana. Cenário que, se não for revertido rapidamente, pode deixar o presidente Samir Namur (outro alvo de críticas) sem opções a não ser apelar para uma troca no comando técnico, talvez em busca de um nome mais experiente ou talvez identificado com o clube.
Remanescentes desgastados, reforços devendo
Parte do elenco do Coritiba é formado por atletas já desgastados no clube. O lateral William Matheus, o zagueiro Rafael Lima, o volante Galdezani e os meias Thiago Lopes e Ruy são exemplos de peças que já mostraram bom futebol, mas cuja instabilidade exauriu os torcedores. Não há mais confiança.
Já reforços como Muralha, Rhodolfo, Renê Junior, Giovanni Augusto e Sassá ainda não demonstraram a contrapartida esperada no investimento neles depositado. Além disso, diante das dificuldades financeiras, há pouca margem para novas contratações.
Filosofia de jogo ou vitória a qualquer custo?
Desde sua apresentação, Barroca repete a ideia de jogo como um mantra: prega um time “protagonista”, construindo jogadas desde a defesa, apostando na posse de bola e envolvendo os adversários. A dúvida que paira desde sua chegada é se o elenco do Coritiba tem as peças necessárias para isso. Até o momento, demonstrou que não.
No Botafogo, Barroca passou por cenário parecido ao que vive no Alto da Glória e se manteve fiel a seus princípios. Acabou demitido. Poderia o jovem técnico, agora, apostar em uma mudança radical, com ênfase na marcação, ligação direta e contra-ataques, indo contra sua filosofia, mas talvez com maiores chances de sucesso?
Calendário do Coritiba é complicado e a água bate no pescoço
É um clichê, mas não deixa de ser verdadeiro: não existe jogo fácil na Série A. No caso do Coxa, o calendário apresenta uma série de partidas de alto grau de dificuldade. Corinthians (fora), RB Bragantino (fora), Sport (casa), Botafogo (fora) e Atlético-MG (casa) são os cinco próximos compromissos alviverdes.
Em um cenário de tranquilidade, essa sequência já seria árdua. Com a água batendo no pescoço, torna-se pior ainda. A confiança de Samir em Barroca aguenta uma derrota, até certo ponto “comum”, para o Corinthians fora de casa? A sensação é de que não há mais margem para erros.
Instabilidade política em ano de eleição
Por fim, para completar o pacote de dificuldades do Coritiba em 2020, o clube terá eleição para a presidência em dezembro, em plena reta final do Brasileirão, que acabará em fevereiro. Este pode ser o último ano de mandato de Samir Namur.
Caso Namur pense em reeleição, a atual temporada é crucial: um rebaixamento torna a saída do mandatário quase inevitável. Por outro lado, caso queira abrir espaço para um sucessor, Namur sabe que o desfecho deste 2020 selará também a imagem que ele próprio deixará como gestor do clube. O mandatário fará de tudo para evitar a mácula de um rebaixamento.
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