Para o Coritiba – clube que sofreu diretamente com a administração Ricardo Teixeira, ao ser rebaixado em 1989 -, a renúncia do dirigente foi uma surpresa. “Pegou todo mundo no contrapé”, disse o vice-presidente do Alviverde, Ernesto Pedroso Júnior, acreditando que a relação do Coxa com a confederação continuará republicana. “Em princípio, não deve mudar nada. A CBF já tinha suas metas, seus cronogramas, seu calendário e nada deve afetar a vida dos clubes. Tudo que o que foi feito a respeito do Coritiba foi feito dentro do direito que o clube tinha e nos últimos tempos tínhamos uma relação tranquila, apesar de ele (Ricardo Teixeira) ter sido o mentor da derrubada do Coritiba para a Segunda Divisão em 1989, naquela canetada”, citou.
Quanto à nova administração que se inicia, sob o comando de José Maria Marín, à frente da CBF, Pedroso avalia ele deverá se manter de alto nível com o Coritiba e o futebol paranaense. “O Marín é um político habilidoso. Então, essas relações deverão ser completamente renovadas. É uma nova era que se começa, apesar de que a eleição seria o ideal para dar novas perspectivas ao futebol brasileiro”, afirmou, preocupado apenas com o fato de a imagem do Brasil ficar manchada. “Pessoalmente, lamento que às vésperas de uma Copa do Mundo aconteça isso com o futebol brasileiro”, completou.
No caso do Paraná Clube, a diretoria preferiu manter uma postura de neutralidade em relação à renúncia de Ricardo Teixeira. Relegado ao segundo escalão do futebol brasileiro desde 2008, o clube convive com cotas de tevê quase que irrisórias e não tem ascendência política na CBF ou no Clube dos 13. “Não temos nada a comentar. Nossa posição, hoje, é de observar os desdobramentos desse processo, em especial no que diz respeito à estrutura do futebol nacional”, disse o superintendente Celso Bittencourt. Já o Atlético preferiu decidiu não se manifestar. O Paraná Online também tentou contato com o presidente da FPF, Hélio Cury, mas ele encontrava-se no Rio de Janeiro e não atendeu aos telefonemas.
