Deu pra acreditar

Coritiba dá trabalho, mas é eliminado da Sul-Americana em noite de Borja

Carpegiani mexeu no time e reforçou a marcação no meio, com Ruy e Amaral, mas no segundo tempo não conseguiu segurar o Atlético Nacional. Foto: Divulgação/Coritiba

Quando o Coritiba conheceu o seu adversário nas quartas de final da Copa Sul-Americana, já se sabia que seria difícil se classificar para a semifinal da competição continental. Afinal, o rival era o Atlético Nacional, atual campeão da Libertadores. Passadas as partidas, o Coxa realmente foi eliminado – mas pode dizer que conseguiu encarar os colombianos, obrigando o adversário a se desdobrar e buscar a virada, vencendo o jogo desta quarta-feira (26), em Medellín, por 3×1, tendo o Cerro Porteño pela frente na próxima fase. Borja, um baita centroavante, foi o dono do jogo.

Contra um time da qualidade do Nacional, o Coritiba fez o certo no primeiro tempo – primeiro marcou, depois tentou jogar. Mudou o esquema e as peças, apostou em Walisson Maia como lateral-esquerdo, em Amaral e Ruy no meio e em Iago na frente. E foi consciente, fechou a linha central do campo, impediu que Guerra, o mais técnico do time, tivesse muito espaço, e correu menos riscos. E se não criava oportunidades, porque o ataque não rendia, pelo menos fazia a primeira parte do “projeto”.

E para a segunda parte dar certo foi preciso apenas um chute. Foi logo depois da melhor chance dos donos da casa, com Guerra saindo na cara de Wilson e chutando por cima. O gol alviverde teve a marca de Cesar González. Ele sofreu a falta de Henriquez pouco depois da intermediária, pediu para bater e cobrou com perfeição, na gaveta. Festa da minoria no Atanasio Girardot, o Coxa mostrava que queria escrever história.

Mas veio o segundo tempo e os colombianos resolveram partir para cima. Foram ao ataque com Ibárguen pela esquerda e com Berrío pela direita, em cima de Cesar Benítez e Thiago Lopes – que tinha entrado ainda na etapa inicial, no lugar do lesionado Luccas Claro. E foram precisos apenas quinze minutos para a virada. Primeiro, Borja recebeu livre entre os zagueiros e chutou no cantinho. Depois, ele deu um voleio espetacular após cobrança de escanteio. Tinha sido as duas únicas jogadas até então em que o centroavante teve liberdade para finalizar. E de Coxa 1×0 passou a Nacional 2×1.

Com João Paulo e Kléber em campo, o Coxa partiu para o tudo ou nada. Mas sofria com a queda de produção de Leandro, a timidez de Iago e a dificuldade de Kazim. E o turco ainda foi imprudente ao esticar o braço para dominar um lance dentro da área alviverde. A bola bateu em seu peito, mas o movimento traiu o árbitro Victor Carrillo, que marcou o pênalti. E claro que foi Borja quem cobrou, com categoria, marcando seu quarto gol na série contra o Cori.

Aos visitantes, restava apenas tentar um gol para incendiar a partida – e dois para buscar a classificação. Teve uma chance inacreditável com Juninho, livre na pequena área, e depois lutou muito mas produziu pouco. No final das contas, o Coritiba fez um bom papel, foi guerreiro no segundo tempo no Couto Pereira e muito eficiente no primeiro tempo em Medellín. Mas foi insuficiente para brecar a arrancada do melhor time do continente.