Apenas cerca de 45 horas depois dos últimos 90 minutos do Coritiba na 1.ª divisão do Campeonato Brasileiro, o presidente do clube, Jair Cirino, apareceu para dar explicações sobre rebaixamento e confusões de domingo no Couto Pereira.
A coletiva, ocorrida em Quatro Barras, município da região metropolitana 24 quilômetros distantes do estádio do Coxa, foi marcada por um forte esquema de segurança.
Policiais militares e seguranças particulares guardavam o local. O presidente sofreu diversas ameaças antes e depois da queda no ano do centenário. Cirino disse que a diretoria do Coritiba não fugiu de sua responsabilidade e culpou a torcida organizada Império Alviverde pelos distúrbios pós jogo.
“Iremos colaborar para identificação e prisão dos torcedores que invadiram o gramado e causaram essa selvageria. Repudiamos os atos de vandalismo causados por desordeiros travestidos de torcedores. Nós fomos vítimas. Destruíram parte de nosso patrimônio”, ressaltou o presidente.
Enquadrar os torcedores em processos cíveis e criminais faz parte da estratégia coritibana para livrar o clube de maiores punições, em julgamento ainda sem data marcada pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD).
O Estádio Couto Pereira está temporariamente interditado e o clube deve sofrer punições que podem chegar a perda do mando de campo e multa. O presidente Império, Luiz Fernando Corrêa, o Papagaio, também defende sua entidade.
Disse que os transtornos seriam maiores se ele não tivesse contido as cerca de 400 pessoas que tentaram invadir o estádio durante o intervalo. “Elas também invadiriam o campo e a tragédia seria maior”, afirmou, solicitando que apenas os envolvidos sejam punidos.
Consequências
Jair Cirino, presidente do Coritiba, enumerou uma série de prejuízos sofridos pelo clube após queda e confusões. O primeiro foi relacionado com as cotas de TV, reduzidas pela metade a partir do ano que vem.
Ainda no setor financeiro, ele teme uma queda no número de associados, devido a grande possibilidade do clube jogar fora do Couto Pereira em 2010. No entanto, o presidente coxa faz questão de ressaltar que o pior prejuízo é moral. “Nossa imagem fica arranhada”, afirma.
Eleições
Apesar de todos os problemas, Cirino garante que será candidato à reeleição no Coritiba. Mesmo com o presidente negando preocupação com “possibilidades de ações terroristas”, as eleições do clube estavam marcadas para segunda-feira (14) e foram transferidas para o dia 21 de dezembro.
Apesar da possibilidade de novos confrontos proporcionados por torcedores, Jair Cirino não acredita em nova onda de violência. “Posso afirmar que teremos sim as eleições. Com esquema de segurança normal”, ressaltou o presidente.
