A diretoria do Coritiba promete dar toda a estrutura necessária para que Marcelo Oliveira tenha condições de continuar o trabalho desenvolvido por Ney Franco. Esta é a aposta que todos fazem no Alto da Glória para que o novo técnico desfaça a desconfiança inicial dos torcedores em torno de um nome sem grife para comandar o Alviverde em 2011.
Por enquanto em Belo Horizonte, o profissional deverá falar como contratado do Coxa na semana que vem. Apesar de terem conversado com outros nomes, a ideia de manter uma comissão técnica fixa pesou a favor do ex-paranista.
“O treinador não pode ser maior que a instituição e o Ney Franco foi um treinador maravilhoso neste caso. Fez um trabalho fantástico no Coritiba e já tinha uma experiência no cenário nacional. O Marcelo é jovem, é um treinador de muita importância no Atlético-MG, fez um trabalho maravilhoso no Galo e também no Ipatinga. Sem estrutura a um profissional, ninguém vai ter sucesso”, justifica o vice-presidente do Coritiba, Vilson Ribeiro de Andrade. “O Felipão, que iniciando a carreira, anoiteceu, mas não amanheceu aqui, fez quatro partidas, perdeu as quatro e foi embora”, exemplifica.
Por isso, o dirigente confia no apoio dos torcedores para Marcelo. “A torcida tem que entender que ele é um profissional competente, que vai dar alegria ao Coritiba e vamos oferecer estrutura para ele dar continuidade ao trabalho do Ney Franco, com a mesma competência e sucesso”, aponta Andrade, relembrando o que ocorreu com René Simões.
“O maior ídolo da torcida, que era o René, jogou o time para a Segunda Divisão e a torcida cantava pedindo o seu nome. Até rendeu um livro, mas seis meses depois a torcida pediu para ele ir embora”, cutucou.
Pinçado por ter um perfil parecido com o de Ney, Oliveira não chega somente por aval do atual treinador, mas também por vir referendado pelos trabalhos realizados.
“Pelas conquistas, pelas referências do Ney, pelas referências do (Alexandre) Lopes (preparador físico) e pelas referências de alguns jogadores que o conheciam, todos os caminhos nos lavavam a ele. Inclusive, o lado financeiro, que também nos interessava”, destaca Ernesto Pedroso Júnior, membro do conselho administrativo. Ele vai além: “Acho que acertamos em cheio pelo caráter, pela elegância e pela maturidade que ele tem no futebol.”
Alguns dos outros nomes cotados para o cargo foram o de Caio Júnior (Al Gharafa), que gostou do convite, mas preferiu continuar no Catar. Já Adílson Batista pediu R$ 400 mil pelo pacote com comissão técnica.
Outros nomes procurados foram o de Alexandre Gallo (ex-Náutico), que foi conversado e não acertou, e o de Levir Culpi, que também gostou da lembrança, mas tem um contrato longo e caro no Japão.
Quem é ele?
Mineiro de Pedro Leopoldo, Marcelo tem 55 anos e iniciou a carreira de jogador no Atlético-MG, onde ficou por dez anos. Atuou também no Botafogo e Nacional-URU antes de virar técnico. Na nova carreira, tem trabalhos nas categorias de base e profissional do próprio Atlético-MG, Ipatinga e Paraná.
Time
O volante Léo Gago foi vetado para a partidsa de amanhã, contra o Icasa. No lugar dele, a tendência é que Willian entre na equipe.
Reforço?
O meia Alex pode ser o principal nome do Coritiba para 2011. De acordo com a diretoria, uma cláusula de confidencialidade impede que se fale no assunto, mas o jogador pode rescindir ainda este ano com o Fenerbahçe-TUR para acertar com o Coxa.