Longe de ser brilhante, o Coritiba teve algo que praticamente não se viu em 2018 – vontade de vencer. Comanadado pelo interino Tcheco e sob os olhos do novo treinador Eduardo Baptista, o Coxa venceu nesta terça-feira (17) seu primeiro jogo no Campeonato Brasileiro da Série B. O triunfo sobre o Atlético-GO por 1×0 mostrou que é possível jogar mais do que o Alviverde vinha jogando, e principalmente ter outra atitude dentro de campo.
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Eduardo Baptista estava acompanhando o jogo dos camarotes, mas quem dava as ordens em campo era Tcheco. Foi ele quem sacou Pablo e João Paulo e escalou Kady e Vitor Carvalho. O clima no Couto Pereira não era dos mais animados, pois pouca gente se arriscou a encarar o frio para assistir ao jogo. Mas ao menos se via um time mais aguerrido do que em São Luís – o chute de Julio Rusch, a oito minutos, foi o primeiro lance de perigo alviverde desde a final do Campeonato Paranaense. “Doeu muito o que aconteceu no jogo contra o Sampaio, principalmente os comentários”, admitiu o atacante Bruno Moraes.
Mas o Coxa ainda era o time cheio de dificuldades. Os arremates de média distância eram a aposta com Rusch e Jean Carlos, o que mostrava a falta de criatividade do meio-campo. Bruno Moraes, assim como no jogo diante do Sampaio Corrêa, não era acionado. Na defesa, Wilson sofria com as bobeadas da turma da marcação. O goleiro teve que fazer um milagre num chute de Tomás Bastos (sim, o que esteve ano passado no Alto da Glória, e inclusive fez gol contra o Dragão) que desviou em Fernandes.
Antes do primeiro tempo acabar, uma chance incrível foi desperdiçada. O passe de calcanhar de Kady encontrou Bruno Moraes, mas o centroavante chutou fraco. Na sobra, Jean Carlos, o mais lúcido dos alviverdes, chutou na trave. Na média, o rendimento era melhor, mas muito longe do que era necessário para o Coritiba confirmar seu posto de protagonista na Série B.
Só que o Coxa tinha uma postura ofensiva que foi rara de ver neste ano. E seguiu desta forma no segundo tempo, abrindo o placar logo a três minutos. Jean Carlos cobrou falta, o zagueiro goiano William Alves desviou e Vinicius Kiss cabeceou. A comemoração do volante foi com raiva. A de Tcheco com alívio. E a de Eduardo Baptista com um abraço no presidente Samir Namur. Logo depois, Tomás Bastos deu um ‘pescotapa’ em Kady e foi expulso.
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Seria o momento de colocar ordem na casa, mas instantes mais tarde Wilson precisou salvar o Coritiba de novo num chute de Bruno Santos. Naquele embalo de susto aqui e susto lá, Kady quase ampliou, e Julio Rusch perdeu o gol sem goleiro e a um passo da linha fatal – daqueles que entram em programa de TV. Rusch também acertou o travessão em um chute forte. E mesmo com toda essa pressão e um jogador a mais, o Coritiba era ameaçado pelos contra-ataques do Dragão.
Apenas depois dos 25 minutos o Coxa passou a controlar mais a partida, se posicionando melhor no campo de defesa e mantendo a posse de bola. Não foi um domínio pleno e sem riscos (pelo contrário, por conta das trapalhadas de César Benítez), mas o suficiente para garantir o resultado e um pouco de paz para Eduardo Baptista começar a partir de hoje seu trabalho.