O episódio ocorrido domingo, após a derrota do Coritiba para o São Paulo por 2×1, no Couto Pereira, quando um grupo de torcedores tentou invadir o vestiário alviverde para cobrar a equipe por mais um resultado negativo no Campeonato Brasileiro, lembrou o histórico recente do clube que, em 2010, precisou pagar uma punição pesada de perda de mando de dez partidas por conta da invasão de campo de torcedores após o empate com o Fluminense e, consequentemente, do rebaixamento à Série B em 2009.
Para o duelo direto e decisivo contra o Figueirense, sábado, novamente Alto da Glória, a segurança deverá ser reforçada e a pressão no time coxa-branca, que já era grande, será ainda maior.
O grupo de torcedores chegou próximo ao vestiário depois de pouco mais de 20 minutos do término do jogo. O acesso aconteceu pelo portão do estacionamento que dá acesso ao vestiário, que estava trancado e foi forçado pelos invasores. Quando chegaram próximo ao local, os torcedores começaram a bater na porta e a protestar por causa dos recentes insucessos. Quando isso aconteceu, os jogadores se assustaram e deixaram o local pela outra saída, no corredor que dá acesso à sala de imprensa.
Sem tranquilidade
Neste momento, houve muita correria de jogadores e integrantes da comissão técnica que estavam no vestiário e, logo depois, na entrevista coletiva, o técnico Ney Franco confirmou que o vestiário do clube não foi invadido pelos torcedores. Houve, assim, apenas uma manifestação que, segundo o treinador, não trará nenhum benefício para este momento delicado que o clube atravessa.
“É a segunda vez que acontece. Na primeira vez não foi benéfica. Esse tipo de manifestação nunca é boa, principalmente se você tem no elenco alguns jogadores que pela primeira vez passam por essa situação. Esperamos ter mais tranquilidade para trabalhar nesta semana e estamos em uma situação que a gente só depende da gente. Esse tipo de pressão não traz benefício nenhum à instituição, principalmente ao desempenho do jogador de campo”, explicou o comandante alviverde, que era também o técnico do Coxa em 2009.
Torcida emitiu nota se defendendo e cobrando time. |
Império nega envolvimento
A torcida organizada Império Alviverde, que esteve ligada em 2009 com a invasão de campo após o rebaixamento do Coritiba, esclareceu, através de nota oficial, que não tinha conhecimento do protesto e da tentativa de invasão dos torcedores no último domingo. A facção, no entanto, afirmou que o grupo, em nenhum momento, tentou invadir o vestiário do time coxa-branca.
“O que ocorreu foi que um grupo de torcedores sem o consentimento da diretoria da torcida se dirigiu no final do jogo ao portão que fica próximo ao vestiário, na rua Mauá, para protestar contra o resultado, mas em nenhum momento houve qualquer tentativa de invasão ao vestiário. Houveram (sic) algumas músicas de protesto, mas em nenhum momento houve qualquer tentativa de invasão ao vestiário. Conhecemos muito bem as consequências negativas desse tipo de protesto, e nunca faríamos algo para prejudicar o clube nesse momento delicado”, diz um trecho da nota.
A organizada ressaltou ainda que o Coxa só depende das suas forças para permanecer na Série A e cobra mais atitude e vergonha na cara dos jogadores e dos dirigentes nas últimas seis rodadas.
“Independente da situação vergonhosa do time não só no atual momento, mas em todo o Campeonato Brasileiro, continuaremos fazendo nosso papel de apoio nas arquibancadas, mas exigimos que a diretoria tome alguma atitude enquanto ainda há tempo! A responsabilidade é de vocês! ,Está na hora de atitude! Dirigentes e atletas, tenham vergonha na cara e respeitem o nosso clube! Série A é obrigação para um clube com a tradição e grandeza do Coritiba”, concluiu.
Correria
No momento da tentativa de invasão, os seguranças que trabalharam na partida estavam localizados na área administrativa do estádio para receber o pagamento. Quando se iniciou a confusão, houve muita correria dos seguranças que, acompanhados da Polícia Militar, foram até o local e controlaram a situação. Ninguém foi preso. E os dirigentes do clube, de forma inexplicável, ainda não se pronunciaram, como se temessem a reação de quem opta pela violência.
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