Atlético em queda livre (com três derrotas seguidas) , Coritiba empacado na zona de rebaixamento (já soma vinte rodadas entre os quatro últimos). É assim que nossos times principais, os representantes de Curitiba e do Paraná na elite do futebol brasileiro, estão nos representando.

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A péssima fase da dupla preocupa – e em um Brasileirão repleto de alternativas e nivelado por baixo, infelizmente o risco de um duplo rebaixamento parece se tornar cada vez mais real e a possibilidade de não termos um clube na Série A do ano que vem também existe.

Por isso, a equipe do Paraná Online entra em campo mais uma vez e avalia o momento da dupla Atletiba, que ultimamente mais decepciona do que anima os seus torcedores. É possível escapar da degola mais uma vez?

Cristian Toledo

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Atlético e Coritiba têm apenas uma semelhança quando se avalia por que estão jogando tão mal no Brasileiro – os dois clubes vivem uma carência técnica acentuada. No Furacão, a aposta nos garotos corre o risco de queimar uma geração toda (Léo Pereira, Sidcley, Marcos Guilherme, Mosquito, Marco Damasceno). A cômoda posição da diretoria – que fecha todos os canais de comunicação e só fala com quem diz “amém” – evita a necessária explicação do que acontece no CT do Caju para os torcedores. Ninguém fala, ninguém se justifica, tudo corre como se estivesse às mil maravilhas. Fora do mundo particular de Mário Celso Petraglia, a sensação é de que o Atlético se preocupa com tudo, menos com o futebol.

O Coxa também deixou o tempo passar achando que estava tudo certo. Acordou ao mandar Celso Roth embora, mas a falta de qualidade do grupo se evidencia a cada mau resultado. Alguns jogadores até conseguem render bem em uma partida ou outra, mas a irregularidade, marca alviverde em 2014, impede que o time consiga embalar. Alex sozinho não consegue dar conta.

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Por mais difícil que se possa crer hoje, Atlético e Coritiba ainda podem sair dessa situação. Os adversários do fim da tabela também são frágeis, e é possível terminar o Brasileiro fora da zona de rebaixamento. Mas não condeno quem já tenha deixado de acreditar.

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Ricardo Brejinski

O Campeonato Brasileiro promete terminar com fortes emoções para Atlético e Coritiba. Ainda continuo acreditando que o existem times muito piores que o Furacão para brigar contra o rebaixamento. O problema é que a equipe atleticana não está jogando e, consequentemente, vem despencando na tabela. Para quem sonhava com Libertadores, estar tão perto da zona da degola é preocupante e quando o desespero começa a tomar conta, aí é que as coisas não fluem como deveriam.

Para piorar, o paranaense que está “melhor” no momento é o Coxa, que cada vez mais se afunda entre os quatro últimos. Apesar de mostrar evolução desde a chegada de Marquinhos Santos, o time ainda não conseguiu embalar. Porém, em meio a tantos clubes ruins, ter evolução nesta fase já é algo bastante significativo.

É possível, tanto para Atlético quanto para Coritiba, escapar do rebaixamento. Ainda há tempo para isso desde que o Furacão volte a se preocupar com bola rolando e o Coxa consiga tirar embalar dois ou três jogos sem perder. O clássico da semana que vem pode ser decisivo para as ambições dos dois clubes.

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Carlos Bório

É duro ter que torcer para nossos times apenas permanecerem na elite do futebol brasileiro, mas é a nossa realidade. Atlético e Coritiba precisam somar pontos a qualquer custo, tanto dentro quanto fora de casa. Faltam apenas 14 rodadas, ou seja, 42 pontos a serem disputados. No mínimo, a dupla Atletiba precisa ter um aproveitamento de 50% para, quem sabe, não sofrer com o rebaixamento. A situação do Coritiba é até um pouco melhor que a do Atlético. O Coxa, desd,e a chegada do Marquinhos Santos, mostrou evolução, tanto que vem jogando bem, só que os resultados não aparecem.

Já o Furacão está numa queda de produção e vê a zona de rebaixamento cada vez mais próxima. O drama é que o time é muito jovem e sente a pressão de estar caindo na tabela. A velocidade, grande trunfo do time, já não é mais suficiente e nem mesmo o fator Arena da Baixada está fazendo a diferença. Deste jeito a vida de Claudinei Oliveira pode ser abreviada no CT do Caju.

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Rodrigo Sell

O que os clubes estão colhendo agora é simplesmente os frutos do péssimo planejamento feito ao longo da temporada. Ou a falta dele. Para variar, nos primeiros revézes apelam a artifícios ultrapassados como a inchaço do elenco com atletas de péssima qualidade, o troca-troca de treinadores e o surrado artifício de reclamar das arbitragens. Para piorar, a torcida tem ajudado pouco as equipes. Além do baixo número nas arquibancadas, vaiam jogadores e técnico com poucos minutos de jogo e poupam as pessoas que mais influenciam o estado das coisas no gramado e na tabela de classificação: os cartolas. No entanto, grande parte da torcida idolatra mais algumas figuras que nunca calçaram uma chuteira em detrimento a quem marca gol, luta, defende boas incríveis e/ou lidera as equipes e, por isso, devem estar satisfeitos com o momento de duas equipes. Mesmo assim, o atual Brasileiro está nivelado por baixo e escapar do rebaixamento não chega a ser desesperador. Colocar a casa em ordem pagando salários atrasados e oferecer um mínimo de condições às equipes deve ser o suficiente para não cair.

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Guilherme Moreira

O momento do Atlético é o mais preocupante. O time está em queda na tabela e a falta de experiência pesa em um momento como esse. O fato de jogar na Arena da Baixada, que antes era visto como válvula de escape para postular sonhos maiores na Série A, pode ter efeito contrário. A torcida já demonstra falta de paciência com a diretoria e maioria a credita como a principal culpada, mas o rendimento no estádio rubro-negro não está sendo satisfatório e o risco de cair tende a fazer a pressão no adversário cair em cima da cabeça dos jovens e bons valores do elenco. Um erro da diretoria, que deveria colocá-los aos poucos e não usá-los como solução.

Apesar de viver na zona de rebaixamento por quase todo o campeonato, vejo o Coxa com mais força para sair desta situação incômoda. Trazer Marquinhos Santos foi um acerto, mesmo com algumas escalações erradas. O time tem demonstrado poder de reação, principalmente no Couto Pereira, e tem mais qualidade que times que também lutam contra o descenso.

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Eduardo Luiz K.

Pela experiência recente de quem cobriu o dia-a-dia das duas equipes lhes digo: só os deuses da bola salvam. Mas deuses com grife, de verdade. Não um semi-deus. Ou semi-deuses. Atlético e Coritiba provaram ao longo de toda a temporada (anos e experiências anteriores também contribuíram) que merecem cair para a segunda divisão.

Com o foco total na conclusão da Arena da Baixada, o clube priorizou os tijolos e comprou chuteiras de marcas pouco conhecidas, porém (na visão deles) confiáveis para manter a equipe no meio da tabela da Série A. Não ousar, nesse caso, parecia sadio diante do aperto financeiro. O que viesse seria lucro. Contudo, para isso, não precisava desfazer tudo que deu certo no ano anterior. Um time mediano chegou à Libertadores pela competência de várias pessoas em sintonia. Quase todas demitidas ao final da temporada. Trocas de treinadores, abandono de filosofias e muita tentativa. Poucos acertos.

No Coritiba o planejamento esta uma bagunça faz tempo. O presidente se isolou, delegou mal, equivocou-se em algumas escolhas, perdeu-se em investimentos errados e viu as contas lhe apertarem o pescoço e a falta de credibilidade colocarem-no na corda. Só falta chutar o banquinho.

A partir de agora o acaso vira amigo da dupla Atletiba. Ele e as forças divinas da bola terão que agir para evitar o fiasco monstruoso do duplo rebaixamento.

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Irapitan Costa

Coritiba e Atlético caminham para um clássico de,cisivo para o futuro do futebol paranaense na Série A do Brasileirão. Enquanto o Verdão segue na sua via crucis, atolado na zona do rebaixamento, o Furacão caminha a passos largos para também integrar o grupo do desespero. Reflexo da falta de planejamento que há tempos ronda Alto da Glória e Baixada. Os inúmeros erros administrativos conduziram a dupla Atletiba a esse cenário terrível e de futuro incerto.

As falhas do Coritiba são notórias. Da montagem do grupo à decisão de abortar o trabalho de Dado Cavalcanti, após onze jogos, e jogar as fichas num ‘consagrado’ Celso Roth ainda traz reflexos no Alto da Glória. Com Marquinhos Santos, houve evolução, mas ainda insuficiente para reequilibrar essa balança. O quadro no rival não é muito distante. O Rubro-Negro fez as suas apostas e já trocou de comando técnico quatro vezes. Não se passa impune a tamanha indecisão.

Se o futebol brasileiro já apresenta um abismo enorme em relação a faturamento, a lição já deveria ter sido aprendida pelos ‘pequenos’. A falta de recursos impõe a política do erro ‘quase zero’ aos representantes do futebol paranaense. Tanto Coritiba quanto Atlético estão distantes dessa retidão administrativa. Caso fôssemos enumerar deslizes nas administrações Vilson Ribeiro de Andrade e Mário Celso Petraglia, poderá faltar papel. Azar do torcedor, que, hoje, deve estar esgotando o estoque de velas na capital paranaense.