Apitar um clássico nunca é fácil, ainda mais quando as duas equipes precisam da vitória.

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O ex-árbitro, Carlos Jack Rodrigues Magno, recordista em Paratibas, fala em entrevista exclusiva ao Paraná Online das dificuldades em se comandar um clássico.

Paraná Online: Você é um dos que mais apitou o Paratiba. Clássico é diferente dos jogos chamados normais?

Carlos Magno: Assim como para os jogadores, para o árbitro é uma outra emoção. Precisa estar bem preparado, mais concentrado, pois o clássico possui uma nova dinâmica.

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Paraná Online: Como controlar os ânimos dos jogadores? A arbitragem precisa ser mais rigorosa em confrontos deste tipo?

Carlos Magno: Cada jogo possui a sua história. O árbitro tem que estar em cima do lance e manter o dinamismo. Se for para aplicar um cartão amarelo no primeiro minuto de jogo tem que aplicá-lo. O árbitro tem que ter peito para expulsar quem merece. Se deixar um jogo desse tipo “correr”, acaba perdendo o foco.

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Paraná Online: A pressão da torcida e a mobilização da imprensa mexe de alguma maneira?

Carlos Magno: Pressão da torcida é natural em qualquer jogo. Com relação à imprensa procurava nem ler os jornais quanto na véspera do clássico para não perder a concentração. Às vezes é melhor quando chamam árbitros de outros estados, pois eles nem acompanham a pressão que existe por parte da mídia estadual.

Paraná Online: Há algum fato curioso ou lance de um Paratiba que gostaria de destacar?

Carlos Magno: Teve um Paratiba no Couto Pereira que eu marquei quatro pênaltis, na verdade existiram 5. Naquele ano fui eleito o melhor árbitro do Paranaense. Teve um fato também no Pinheirão, que decidia o título, em que houve uma cerração e ninguém conseguia enxergar a bola.

Arquivo
O ex-árbitro Valdir Bicudo, colunista do Paraná Online,
não vê pressão extra na arbitragem em clássicos.

Bicudo diz que clássico é um jogo normal para o árbitro

O ex-árbitro e colunista do Paraná Online, especialista em arbitragem, Valdir de Córdova Bicudo, não teve a oportunidade de apitar Paratibas, mas já dirigiu grandes jogos, como o Atletiba. “O árbitro é cobrado um pouco mais. Há uma pressão maior em todos os sentidos. O clássico está acima da imaginação do torcedor, mas é um jogo normal como qualquer outro”, relatou.

Para Bicudo, o árbitro não precisa ser rigoroso em um clássico, mas sim aplicar as regras corretamente. “A maior besteira que ouço é dizer que o árbitro tem que ser rigoroso. Ele tem que ser o guardião das regras do jogo. Tem que aplicá-las na sua essência. O árbitro é a autoridade e pode tomar qualquer decisão. O que deve ser feito é um estudo das equipes, do comportamento de determinados atletas e aí sim praticar a arbitragem preventiva”, finalizou.