Campeões brasileiros em 1985 com o Coritiba, o meia Vavá e o goleiro Rafael fizeram parte de uma geração vencedora no Alto da Glória. Ficaram tristes não apenas com o rebaixamento, mas pela forma como o Coxa caiu para a 2.ª divisão.
Apesar do momento inglório, os dois são unânimes ao afirmar: “Pra voltar, tem que ter um time torcedor”. Eles apostam na valorização da base e em um trabalho realmente comprometido na descoberta de talentos dentro do próprio reduto.
Vavá é um exemplo da geração que se criou nas categorias menores e fez sucesso no profissional. Passou em uma peneirada em 78, no início dos anos 80 foi promovido ao time principal e em 85 estava em terras cariocas, comemorando a vitória no Maracanã, nos pênaltis, sobre o Bangu.
“Era uma época que havia cobrança. Não apenas de dirigente, mas de nós mesmos. E isso ocorria em um grupo de jogadores determinados a vencer. Acho que o Coritiba precisa desse espírito pra sair da Segundona. Tem que ser uma equipe de pegada, pra colocar o pé em toda jogada dividida. Se contratar jogador pra ir na boa, fica difícil”, explica o ídolo.
Vavá assistiu ao jogo nas arquibancadas. Apesar da confusão, precisou ficar um tempo sentado no estádio para refletir sobre a queda. Voltou pra casa lamentando toda confusão e rebaixamento. Gosta de ir ao estádio, torce para que o STJD não cometa nenhuma “injustiça” contra o Coritiba e promete manter a fé no clube que o projetou.
“O coração vai ser sempre verde e branco. Ficar jogando fora vai ser difícil. Vamos começar a rezar desde já. Se for pra acompanhar pela televisão, é o que farei”, ressalta.
O goleiro Rafael também lamentou a queda. E diz que retruca quando aparece alguém com “piadinhas” de mau gosto sobre o Coritiba. “Semana passada eu estava em São Paulo, visitando o Corinthians. Um pessoal do clube veio tirar onda. Eu não aguentei e respondi: O Corinthians também caiu. Se o Coxa desceu, sobe novamente. O Verdão é time grande, tenha respeito”, conta.
Com a experiência de quem já vestiu a camisa alviverde na Segundona, Rafael comenta o fato do rebaixamento atrapalhar a vida do clube em tudo. “É menos dinheiro, é estádio ruim, é mais pegada e menos técnica. Vai ter que superar isso com o que tem em casa. Como? Comecem a investir desde já na gurizada das categorias de base, em jogador que tenha a cara da torcida. Mistura com um ou outro mais experiente e que conquistem a volta para a elite do futebol nacional na raça. Essa torcida não merece o que está passando”, diz.
