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“As pessoas não gostam de ser cobradas”, diz presidente do Coritiba

Rogério Bacellar ao lado do atual treinador Paulo César Carpegiani. Na sua gestão, em pouco mais de um ano e meio, o Coxa já teve sete vice-presidentes, dois CEO e dois diretores de futebol. Foto: Divulgação/CFC
Rogério Bacellar ao lado do atual treinador Paulo César Carpegiani. Na sua gestão, em pouco mais de um ano e meio, o Coxa já teve sete vice-presidentes, dois CEO e dois diretores de futebol. Foto: Divulgação/CFC

Depois de ser “abandonado” por quase todos os dirigentes e apoiadores de sua chapa nas eleições de 2014, o presidente do Coritiba Rogério Portugal Bacellar explicou os motivos pelos quais, pelo menos para ele, todo mundo deixou o Alto da Glória. Em entrevista ao programa Balanço Esportivo, da CNT, o cartola garantiu que os dirigentes saíram porque não suportaram as cobranças que ele, Bacellar, faz aos seus diretores.

A declaração é forte: “Você tem que deixar fora todos os amigos e todos os diretores que não estão ali para somar e estão ali somente para dar palpites, que podem estragar uma gestão inteira. Muitas pessoas que iniciaram comigo não me acompanharam porque talvez não gostam de ser cobradas por algumas atitudes. Eu delego, mas cobro”, declarou Bacellar.

No final das contas, pelas próprias declarações, apenas um “aceitou” a forma de agir do presidente. Dos quatro vice-presidentes eleitos com Rogério Bacellar, permaneceu apenas Gilberto Griebeler do grupo original.

O primeiro a deixar o Alto da Glória não tinha sido eleito, mas era peça-chave do clube. O CEO João Paulo Medina, autor do projeto de campanha, avalizado por Alex e com participação do hoje técnico do Atlético Paulo Autuori, não resistiu à perda do título estadual de 2015 para o Operário dentro do Couto Pereira. Seu trabalho foi contestado por todos os lados e ele pediu para sair. Com ele, foi-se também a força de Alex, principal cabo eleitoral de Bacellar no ano anterior.

Com a saída de Medina, o primeiro vice saiu do Coxa – Ricardo Guerra, o mais ligado a Alex, incentivador do projeto do CEO e uma espécie de “estranho no ninho” daquela direção.

A maior crise

Era só o começo das saídas. Ainda em 2015, estourou o “escândalo do WhatsApp”, quando dirigentes do Coxa, entre eles os vices André Macias e Pierre Boulos (o substituto de Ricardo Guerra) faziam via mensagens críticas fortíssimas a outros cartolas, em especial a outro vice, Ernesto Pedroso. Este pediu o boné pela falta de reação do presidente, mas logo depois os outros diretores também renunciaram em meio a uma comissão de inquérito criada pelo Conselho Deliberativo.

Vieram compor a diretoria do Coxa o ex-deputado federal Alceni Guerra, o médico José Fernando Macedo (diretor em diversas gestões) e o empresário Luiz Antônio Eugênio de Lima. Apesar de ser o terceiro vice, Alceni é o mais presente nos noticiários, por ser o principal entusiasta da construção de um novo estádio o mais rápido possível – recentemente, o clube decidiu arquivar pelo menos até novembro a ideia.

Depois foi a vez de Valdir Barbosa, diretor de futebol. Ele tinha sido contratado no Brasileirão de 2015, com Maurício Andrade, então comandando a bola, passando a ser o CEO no lugar de João Paulo Medina. Barbosa caiu após a derrota para a Chapecoense, pelo Brasileiro deste ano, ao lado do então treinador Gilson Kleina.

Em agosto, foi a vez de Maurício Andrade alegar problemas pessoais e de saúde para sair do Coritiba. Sem ele, o Coxa ficou por um tempo sem CEO e sem diretor de futebol (ele teve que acumular os cargos). Alex Brasil veio para o departamento de futebol, mas o clube segue sem um gerente-geral.

E também sem um vice. Luiz Antônio Eugênio de Lima renunciou – segundo o clube, para focar nas suas atividades profissionais. Isto aconteceu em junho, e o Coritiba ainda não elegeu um novo vice-presidente para completar o G-5. Quem for eleito, que se prepare para ser cobrado por Rogério Portugal Bacellar.

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