O presidente Rogério Bacellar completou neste fim de semana um mês à frente do Coritiba. Na prática, porém, foram apenas duas semanas de trabalhos efetivos na reestruturação administrativa e financeira do clube. Entre os dias 18 de dezembro – data da posse – e 4 de janeiro houve um período de transição, sem nenhuma ação significativa. O desafio imediato é reequilibrar o fluxo de caixa do Verdão, mas sem perder o foco principal: a montagem de um elenco forte o suficiente para brigar pelo título estadual e realizar uma campanha segura no Brasileirão.
“Começamos a enxugar a parte administrativa do clube. Uma reorganização que passa por cortes no pessoal que tinha salários elevados”, disse o novo presidente coxa-branca. “Não se trata de caça às bruxas, mas uma necessidade de enxugamento. Estamos organizando os setores com pessoas qualificadas e capazes de garantir um dia a dia saudável do clube”, explicou. Um processo que também se estende ao futebol, carro chefe do clube e que ainda está sendo moldado após as saídas de algumas lideranças, como Alex (que se aposentou) e Robinho (negociado com o Palmeiras).
“Contratamos o Medina e mantivemos o Mazzucco. Renovamos com o Marquinhos Santos e eles, junto com o Pedroso, estão trabalhando na montagem do elenco”, disse Bacellar. Nesse ponto, o dirigente destaca a participação direta da comissão técnica no processo. “Quem indica as contratações é o treinador. Não há nenhuma interferência da diretoria ou da presidência”. Até aqui, o Coritiba contratou Giva, Pedro Ken, Alan Santos, João Paulo, Rodolfo, Negueba e Mazinho. Além destes, está próximo do acerto com Cáceres.
Bacellar rotula todas como ‘grandes contratações’, diante da realidade do mercado, mas não esconde que gostaria de contar com pelo menos uma referência. “Estamos trabalhando para trazer mais algumas peças. Não para substituir o Alex, pois ele é insubstituível. Não iremos dar o passo maior que a perna”, avisa. A postura equilibrada é o antídoto encontrado para amenizar o cenário preocupante no que diz respeito à economia do Alviverde. Um quadro que já era conhecido antes mesmo da eleição.
“Já esperávamos nos deparar com essa dívida gigantesca. De 1909 a 2010, o Coritiba devia R$ 50 milhões. De 2010 a 2014 passou a dever R$ 215 milhões. É um valor assustador, considerando ainda que muitas receitas foram antecipadas”, confirmou Bacellar. Para ele, o problema maior foi o volume de contratações sem critérios. Nessa conta, nem leva em consideração a repatriação de Alex. “Esse é ‘hors concours’. Foi investimento, apesar do fato de o clube ter explorado muito pouco a sua imagem ao longo dos dois anos em que ele esteve no Alto da Glória”, alfinetou Bacellar.
Chegando
O Coritiba acertou a contratação do atacante Wellington Paulista, que estava no Internacional. A informação foi confirmada pelo vice-presidente de futebol do clube, Ernesto Pedroso. O atleta deve chegar em Atibaia, onde o clube faz a pré-temporada, na terça-feira. O jogador será um dos principais nomes do elenco alviverde em 2015. Ele terá a missão de suprir uma carência antiga no Alto da Glória. Desde a saída de Deivid, no começo do ano passado, o Coxa não tem um camisa 9 de ofício.
Economia
Para não incorrer nos mesmos erros, a ordem é fechar a torneira na hora de contratar e dar um destino aos jogadores que têm vencimentos fora dos padrões. “Vários desses contratos já se encerraram e não renovamos”, explicou. Esse esforço visa impedir que o Coritiba volte a ser notícia nacional por conta de salários atrasados. “Tenho um compromisso com o plantel e com os funcionários de manter salários em ,dia. O que ficou para trás, vamos procurar equacionar da melhor maneira possível”.