Superação

Após estreia tardia como profissional, Rafael Martins enfrenta novo drama

Rafael Martins encara nova lesão como mais um desafio na carreira. Foto: Divulgação/Coritiba

Quatro lesões não serão o bastante para frustrar o sonho do goleiro Rafael Martins, do Coritiba, de brilhar com a camisa alviverde. No Alto da Glória desde 2006, o jogador completou dez anos de clube num turbilhão de emoções, levando-o da euforia pela primeira chance como profissional à frustração de mais uma lesão e nova intervenção cirúrgica. Nada, porém, capaz de abalar a confiança que não o fez desistir do futebol.

“É claro que às vezes a gente pensa nisso. Mas se ainda não desisti, não desisti por um motivo. Talvez seja essa a minha missão”, disse o goleiro coxa-branca à Tribuna. Ele acredita que sua história pode ajudar outros jogadores a não desistirem ante às primeiras dificuldades.

Na última rodada do Brasileirão deste ano, Rafael Martins recebeu a tão esperada notícia de que seria o titular da meta coxa-branca contra a Ponte Preta. Aos 25 anos era chegada a hora da sua estreia como profissional após uma década de muito trabalho e superação. “Era o jogo da minha vida”, lembrou.

Após um início nervoso, soltando algumas bolas defensáveis, Rafael se acalmou e passou a atuar com segurança, evitando que as investidas da Macaca se transformassem em gol. “Que infelicidade. Eu estava indo tão bem. O (Vanderlei) Belarmino (preparador de goleiros) falou comigo depois dizendo que estava orgulhoso com minha atuação”, recordou num tom de tristeza, único momento em que se deixou abalar.

A força da família e dos amigos mais próximos foi fundamental, não só agora, como em toda sua carreira. Foram tantos momentos de superação, que Rafael se considera um predestinado a brilhar. “Tudo nessa vida tem um porque e acredito muito que vou superar mais essa lesão. Quando você põe um sonho e um objetivo na mente, com a ajuda de Deus, tudo tem uma explicação. Não vou desistir”, disse. “Esse é o momento mais difícil da minha carreira”, acrescentou.

Campeão da Copa BH em 2010 pelo Coritiba, Rafael Martins subiu para o time profissional pelas mãos do preparador de goleiros Marcelo Giacomelli. “Ele que me deu a oportunidade, mas até hoje o Edson Bastos fala que me viu jogando e que me indicou. Ele me deu muito apoio, mas era um brincalhão e nem sei se é verdade que ele me ‘puxou’ pro time de cima”, lembra.

No seu primeiro ano veio a primeira lesão no ombro direito. Ao invés de uma cirurgia convencional, invasiva, optou-se por uma intervenção diferente. Durante a recuperação, teve a mesma lesão no ombro esquerdo. Um tempo depois o “reparo” feito no primeiro ombro foi destruído por uma nova lesão. “Aí optaram por uma cirurgia aberta, que é mais completa, e só assim me recuperei”, lembra.

Contra a Ponte Preta, domingo passado,  Rafael se chocou com o atacante William Pottker durante uma defesa, cometendo o pênalti que originou o primeiro gol do adversário. Na batida voltou a romper os ligamentos e os reparos feitos por “cirurgia fechada” no ombro esquerdo. Novamente passará por uma operação. “E será a última, tá louco. Chega de ‘me abrir’”, respondeu o bem humorado goleiro.

A cirurgia será realizada na próxima quarta-feira (16) no Hospital Santa Cruz, em Curitiba. O goleiro acredita que volta aos trabalhos em abril, logo após o Paranaense. “Sempre me recupero bem. Se falam em oito meses de recuperação, volto em cinco. Não vou desistir. Aliás, estou bem longe disso”, concluiu o goleiro, que tem contrato com o Coxa até o final de 2018. Nesta temporada o goleiro chegou a ser emprestado para o Sampaio Correia, mas não teve chances de jogar.

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