Dando certo

Apesar do fracasso na vinda de Ronaldinho, Belletti vê marca do Coritiba bem exposta

Belletti vê marca do Coritiba crescendo internacionalmente, principalmente por conta das categorias de base. Foto: Divulgação/Coritiba

Enquanto o Coritiba segue inconstante nas suas atuações neste início de temporada, o ex-jogador Juliano Belletti, contratado no começo de 2017 para ser o diretor executivo internacional do clube, falou pela primeira vez com a imprensa. O trabalho do dirigente, no entanto, foi silencioso nos primeiros dois meses, mas foi ele o responsável pela novela envolvendo a contratação do meia Ronaldinho Gaúcho.

Depois de mais de um mês de negociações, o R10 optou por não vestir a camisa alviverde, mas mesmo assim, Belletti atingiu seu objetivo que era colocar o nome do Coxa na mídia nacional e internacional.

“O assunto apareceu numa estratégia de internacionalizar a marca, que foi o motivo de eu ter sido contratado. Havia a necessidade de jogadores para certas posições. Foi pedido uma opinião, me consultaram. Por ajudar as coisas, explorar o lado internacional com o que o clube precisa, com a carência de posição, dei alguns nomes ao clube, não só o dele (Ronaldinho). Quem tomou a decisão de escolher o nome foi o clube. Com a possibilidade de o Gaúcho jogar, o Coritiba voltou a ficar em evidência, a nível nacional e internacional. Consegui. Chamei atenção de muita gente lá fora que mandou mensagem e e-mail, me chamou para conversar”, esclareceu.

Juliano Belletti, apesar de aparecer pouco, tem feito algumas viagens à Europa para apresentar o Coritiba a fim de estreitar o relacionamento com grandes clubes do Velho Continente. Um deles é o Villareal, da Espanha, onde ele jogou entre 2002 e 2004. O clube espanhol pode ser, em breve, um parceiro do Coxa, inclusive com a negociação de jogadores que estão surgindo bem nas categorias de base.

“O Villareal me convidou para que eu apresentasse o Coritiba para gerar novos negócios. Foi muito legal a viagem, fui muito bem recebido. Nos dois meses procurei conhecer o clube. Quanto mais informações tivesse, melhor apresentaria o Coxa aonde fosse. Demos um passo para um negócio onde prefiro não falar, porque às vezes atrapalha. Prefiro trabalhar dessa maneira, não quero chamar atenção da negociação. Quando o negócio estiver concretizado é o que tem que chamar a atenção, a divulgação, que é o sucesso. É isso que tem que estar em evidência. Logo vocês vão ter informações dos negócios que estão sendo bem sucedidos”, avisou.

Segundo Belletti, o trabalho realizado nas categorias de base do Verdão, com alguns jogadores que já estão defendendo as seleções de base, despertaram o interesse de clubes europeus, como o próprio Villareal e o Barcelona, onde o dirigente é também embaixador.

“Uma das coisas que o Coritiba faz que é pouco divulgado é o trabalho da base. Em 2016, 15 jogadores da base foram convocados para a seleção. Os clubes europeus têm contratado jogadores jovens. Você tendo 15 jogadores da base sendo convocados, leva essa informação aos clubes, que passam a olhar mais o Coritiba. Isso ajuda bastante. O Villarreal já estava de olho. Me disse que no scout deles tem jogadores do Coritiba, o Barcelona a mesma coisa. Chama a atenção. Eu levo mais informação ainda, a forma de trabalhar. Fui isso que eu fiz em janeiro e fevereiro. Fui em todas as áreas do clube, até na cozinha”, emendou o ex-lateral-direito.

Treinador

Belletti é funcionário do Coritiba, mas garantiu que não participa de reuniões técnicas e na contratação de jogadores. Quando é solicitada sua opinião, o dirigente contribui da maneira que pode. Isso aconteceu recentemente, quando a diretoria pediu ajuda para buscar um substituto para Paulo César Carpegiani. O cartola, então, sem falar em nomes, afirmou que fez um primeiro contato, mas que a negociação prosseguiu com o restante da cúpula coxa-branca.

“Uma das coisas boas no futebol é eu ter a amizade de muita gente. Se o preside me pergunta algo, eu dou a minha opinião pra eles. Se eu conheço a pessoa e eles pedem pra eu entrar em contato, como foi o Ronaldo, por que não? Entrei em contato a pedido do presidente com um treinador, e passei o contato dos dois um para o outro. Fiz essa intermediação. Depois eles entraram em contato entre eles”, concluiu o dirigente.

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