Aposta no Couto

Apesar de jogar bem, Coxa ainda patina jogando longe de casa

Coritiba deu trabalhar pra Chapecoense, mas errou no ataque e na defesa e perdeu mais uma vez fora de casa. Foto: Divulgação/Coritiba

É inegável a evolução do Coritiba. Vem atuando melhor, é mais organizado, tem mostrado que vai conseguir escapar do rebaixamento. Só que mesmo jogando mais, ainda é o Coxa que patinou no Campeonato Brasileiro. E quando não é eficiente, acaba pagando o preço. Criando mais, fazendo do goleiro adversário o melhor em campo e merecendo pelo menos o empate, em uma falha o time perdeu a primeira sob comando de Paulo César Carpegiani na competição. A aposta da Chapecoense em dois centroavantes deu certo, e uma bobeada da defesa alviverde abriu caminho para Kempes marcar o gol da vitória por 1×0, domingo (11), na Arena Condá.

O resultado é ruim principalmente por manter o Coxa perto das últimas posições. Antes mesmo que a 24ª rodada terminasse, as derrotas de Vitória (sábado) e Figueirense (domingo) já garantiam a equipe fora da zona de rebaixamento, mas com os mesmos – e poucos – dois pontos de frente para o Figueirense, primeiro time na turma da degola. Isso obriga o Verdão a vencer na quarta (14) o Corinthians no Couto Pereira. E a casa alviverde será, pelo andar da carruagem, uma das tábuas da salvação no Brasileiro.

Sim, porque fora de casa a campanha segue de mal a pior. Uma vitória apenas em doze jogos, aproveitamento de 29,2%. Em Chapecó poderia ser diferente. Encarando um adversário que apostou no chuveirinho como uma tática fundamental (os grandalhões Bruno Rangel e Kempes foram escalados juntos), o Coritiba trocava passes e jogava com inteligência. Esta talvez seja a principal contribuição de Paulo César Carpegiani até agora, um time mais sereno, sem tanto desespero para fazer as coisas.

Assim o Cori foi chegando ao gol da Chape, e desde os primeiros lances de perigo (um chute de João Paulo de longe, e outro de Alan Santos de perto) o goleiro Danilo passou a aparecer com destaque. Até mesmo nas bolas paradas o Coxa chegava, e Walisson Maia e Juninho tiveram boas oportunidades. Aí veio o pior período alviverde no jogo, e que iria mudar a forma do time jogar. Primeiro, Walisson sentiu a coxa e foi substituído pelo irregular Cesar Benítez. Minutos depois, Neto Berola sofreu fortíssima entrada de William Thiego, fraturou o tornozelo e também saiu, com Evandro entrando em seu lugar. “Sem o Neto perdemos aquela jogada de velocidade”, lamentou Leandro.

Era o primeiro tempo, e ainda na etapa inicial Wilson fez duas defesaças após um chute na trave de Arthur Maia. Quando os times voltaram para o segundo tempo, os visitantes seguiam mais organizados, e Raphael Veiga fez Danilo defender a terceira bola complicada. Sem conseguir passar pela muralha de Chapecó, e correndo pouco risco defensivo, o Coritiba se encaminhava para um empate – que, se não era uma maravilha, pelo menos dava mais um passinho para longe da ZR.

Mas aos 25 minutos da etapa final, uma falha completa. Benítez foi envolvido por Dener, que tocou para Arthur Maia cruzar. Juninho passou da bola, Juan e Wilson se embolaram e Kempes fez o gol da vitória. A aposta de Caio Júnior dava certo, com a ajuda providencial da defesa alviverde. Dali até o final do jogo, o Cori pressionou, inclusive com a entrada do jovem Yan Sasse. Teve duas boas chances, numa cabeçada de Luccas Claro e em um chute cruzado de Evandro. Em ambas Danilo salvou do donos da casa. E tirou as chances do Coxa exorcizar seus fantasmas nos jogos longe de Curitiba.

Causa e consequência! Veja mais sobre o futebol paranaense na coluna do Mafuz!

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