Retrospecto não é dos melhores

Apesar da confiança no Couto, Coritiba não tem conseguido reverter desvantagens em casa

Em 2014, Coxa foi eliminado pelo Maringá na semifinal após perder por 2x1 na ida, fora de casa. Foto: Lineu Filho

Desde que a partida contra o Cianorte no Albino Turbay acabou, o discurso do Coritiba vem sendo de que no Couto Pereira a derrota por 1×0 no jogo de ida pode ser revertida. A confiança se dá pelo retrospecto da equipe em casa no ano. Foram oito jogos, com seis vitórias, um empate e uma derrota. Porém, quando o assunto é mata-mata a história não é bem assim.

Nesta década, o Coxa disputou vários confrontos eliminatórios, tanto que chegou a duas finais de Copa do Brasil, mas quando esteve em situação semelhante à atual, o desfecho não foi dos melhores. De 2011 pra cá, o Alviverde passou por dez duelos onde perdeu o primeiro jogo fora de casa e precisou reverter em casa. Conseguiu o objetivo em apenas três deles.

A primeira foi em 2012, pela Copa do Brasil, quando perdeu por 1×0 para o ASA, em Arapiraca, mas venceu no Couto por 3×0 e avançou para as oitavas de final do torneio. Depois, as outras duas vezes ocorreram em 2015. Na competição nacional, perdeu por 2×1 para o Fortaleza no Castelão, na segunda fase, e devolveu o mesmo placar em casa, conquistando a classificação nos pênaltis por 11×10. No Campeonato Paranaense, havia perdido por 1×0 para o Londrina na ida da semifinal, mas diante da torcida fez 3×0 e chegou à decisão.

Traumas em finais

Só que nas outras sete oportunidades acabou não recuperando a derrota no primeiro confronto, sendo que em quatro vezes foram em decisões. As mais lembradas pela Copa do Brasil, onde, em 2011, perdeu para o Vasco por 1×0, em São Januário, e no Couto Pereira fez 3×2, mas amargou o vice por conta do gol marcado fora de casa. No ano seguinte, foi derrotado por 2×0 pelo Palmeiras na Arena Barueri e em Curitiba não passou de um empata em 1×1.

No ano passado, Coritiba foi eliminado em casa da Copa do Brasil pelo Juventude após perder fora por 1x0. Foto: Daniel Castellano
No ano passado, Coritiba foi eliminado em casa da Copa do Brasil pelo Juventude após perder fora por 1×0. Foto: Daniel Castellano

No Estadual foram outros dois vices, e de maneira consecutiva nas mesmas circunstâncias. Em 2015 perdeu para o Operário por 2×0 no Germano Krüger e em casa foi mais uma vez derrotado, por 3×0. No ano passado, o carrasco foi o Atlético, com um triunfo por 3×0 na Arena da Baixada e 2×0 no Couto Pereira.

Nas outras ocasiões, a mais difícil para o Alviverde foi em 2013, quando foi eliminado pelo Nacional-AM na segunda fase da Copa do Brasil ao ser goleado por 4×1 na ida e vencer apenas por 1×0 na volta. Em 2014, pela semifinal do Paranaense, o Coritiba era o grande favorito contra o Maringá, mas, após perder por 2×1 no Willie Davids, o time coxa-branca não passou do empate em 1×1 no Couto e ficou de fora da decisão depois de conquistar o tetracampeonato.

Por fim, em 2016 o clube sofreu do ‘trauma’ do Couto Pereira diante do Juventude. Pela segunda fase da Copa do Brasil, o Verdão perdeu para o clube gaúcho por 1×0 no Alfredo Jaconi, mas diante da torcida ficou no empate em 2×2, sendo eliminado do torneio.

Além disso, a única derrota do Coritiba em 2017 no Couto foi justamente em jogo eliminatório, quando perdeu por 2×0 para o ASA e saiu da Copa do Brasil. Sinal de que jogar em casa quando precisa reverter uma derrota na ida não é tão simples assim. Mesmo assim, a aposta coxa-branca se dá na experiência da equipe para conseguir mudar esta sina da última década.

“Tem jogadores aqui que já enfrentaram até situações piores. Estamos bem preparados, é uma vantagem mínima e totalmente possível de reverter. Mas temos que demonstrar dentro de campo”, afirmou o atacante Kléber.

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